domingo, 10 de fevereiro de 2013

O amor acontece - Catarina

Tal como tinhamos combinado, no primeiro fim de semana de Fevereiro fomos à Serra da Estrela.
Brincamos na neve como duas crianças, tiramos fotos,  andamos à procura de estalactites!Contudo a minha mente vagueou por tudo, menos por desfrutar do branco, e da paz que a imponência das montanhas sugeriam.
Pensava apenas em trabalho, em pequenas situações pendentes, em como seria o nosso futuro. Sim, porque já pensávamos de forma mais séria num futuro a dois... partilhar casa... partilhar as nossas vidas de forma permanente e contínua.
Pensava em como seria a vida dos meus pais quando eu fosse embora. Pensava no meu irmão, e em como lhe dizer que namorava. Pensava em tudo... menos no momento que vivia, na pessoa que estava ao meu lado, no amor que me lhe tinha. A minha cabeça estava ali, mas os meus pensamentos, esses, estavam bem longe.

Comemos bem, bem demais diria eu. Apreciar as iguarias da serra iria custar-me uma semana de esforços redobrados no ginásio, pensava eu. Mas como dizia Afonso "isto não se come todos os dias". Aquele queijo, o presento, as sobremesas... aquelas comidas eram simplesmente irresistiveis.

Viemos por Aveiro, e ainda deu para apreciar a paisagem de fim de tarde.

Gostei daquele fim de semana, em que fiquei a sentir a necessidade de estar com afonso porque o amava simplesmente. Mas eu sentia-me tão cansada!
E foi a partir dessa data em que o cansaço falou mais alto.
No dia seguinte tive um ataque de pânico no trabalho, e nos dias subsequentes tive uma série de consultas, que me levaram a uma baixa e a um tratamento hospitalar.
O que é que eu sentia?
Senti que o cansaço venceu a minha força de vontade, que chorava com frequência, que o meu cérebro parou, que apenas vivia porque o meu coração batia. Sentia que nada fazia sentido. Sentia que algumas peças não se encaixavam, e que a minha cabeça estava cheia de ideias completamente malucas, e oca ao mesmo tempo. Sentia dores no corpo. Mas sobretudo, doía-me a alma...

Catarina passou dias dificeis. Este não era um dos momentos mais felizes da sua vida, pelo facto de se sentir doente e sem forças. No meio de todos estes sentimentos só tinha a certeza de querer estar com aquele homem que se dedicava a ela com um carinho que ela desconhecia até então.
E foi assim que os acontecimentos se começaram a desenrolar.
Bárbara de Sotto e Freire

Sem comentários: