por
entre o Vazio que me preenche
pela
solidão de que me sou
e
sinto
Vagueio
por
entre o olhar indolente
dos
confrontos injustos
da
solidão de mim comigo
do
SER de que sou Vazio
do
Vazio que me enche
Envolvendo
Esquecendo
Levando consigo
Só
o (meu) Vazio
Vagueio
solitariamente
por este beco
por
este mundo sem céu
sem
teto
preenchido
do Nada
que
é a solidão
E
o não
da
mão que não se dá
do
abraço que não se sente
do
amor que não se entende
do
olhar
que
Nada compreende
o
SER errante que sou
que
ninguém tende a ser
o
SER Vazio
Vagueio
Sentida
a brisa leve soltada pelo vento
que
sem rumo ou destino amacia
que
me guia o alento
que
como fado acaricia a alma
de
quem segue solitária
pelo
Vazio
Vagueio
E
atiro-me desta falésia dourada
Por
este precipício
Drogada
E
pertenço ao Infinito
ao
Infinito do Nada
e
os raios quentes do sol despertam-me
da
droga maravilhosa
que
é estar
Livre
do Nada
Cheia
de Infinito
Saciada
de ilusão
que
não acaba
Do sonho
Do
prazer de SER Vazio
De
estar no Infinito
Abandono-me
(e)
então vagueio
perseguida
pelo Vazio
usada
pela solidão
vou
ousando
ser
Drogada
e
atiro-me
para
sempre
da falésia
para
o Infinito
do
(SER) Nada
Bárbara
de Sotto e Freire
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