terça-feira, 26 de agosto de 2025

A indiferença à diferença II

 Volto à carga. Volto à vida nascida da escrita. Volto porque me revolto. Volto porque é a minha essência.

E o primeiro post vai para o tema da incapacidade das empresas e escolas em darem um voto de confiança aos funcionários com qualquer tipo e grau de deficiência.


Sim, eu sou portadora de Transtorno de Personalidade Borderline. E sinto na pele a dor de ser posta de parte, a dor do cochicho, a dor de não poder estar fora de grades.

Frequentei um curso, e fui violentada, por um professor machista e incorreto .O que é que ele me fez? Em primeiro lugar não me preparou para um exame que temos no final, retendo-me a lavar e a secar cães. Afinal sou mão de obra barata: pago para trabalhar!

Sempre me disse que eu era lenta, e indisciplinada   na forma como secava os cães. Um dia, fiz um barra de 2 cm, mais ou menos, no pelo de uma cadela que lhe pertencia e ele só disse "sai da minha frente que eu não sei o que te faço"; noutra situação disse que eu só fazia asneiras e disse-me ao ouvido "ou te despachas ou fo*+'-te.

Reparou no meu tremor nas mãos e que isso seria um entrave ao exercício da profissão. Até agora sempre tosquiei sem que os ditos tremores afetassem o sentido do pelo.

Envolveu outros alunos para lhe reforçarem que eu fazia muitas asneiras.


E assim chegamos ao dia do exame com foco, força, fé, e fo*»-se.

Ao que parece o dito cujo disse à formanda, que por ele não a passava no exame. Se ela quisesse ainda podia fazer alguns melhoramentos. Assim ela fez, ao que ele disse que estava muito melhor. MAS o cão no seu conjunto não estava funcional.

Espero que Espanha tenha a noção que este senhor não tem. Sou aluna aplicada, ponderada, assídua e pontual. Nas aulas faço o que me mandam. Mas como em todo o lado, há os favoritos e os que nasceram com o cu virado para a lua. Eu acho até, que pertenço ao grupo dos que nasceram por ventosas, tal é a força de espirito que têm.

Agora vou esperar pela nota. Depois vê-se. Mas não brinquemos aos cabeleireiros, somos gente adulta a lutar por um certificado. Um merecido certificado.

(Continua)

Bárbara de Sotto e Freire

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