Gostaria eu
de ter vida de princesa ou de rainha. Por isso não deixo de apreciar
as notícias dos tablóides sobre Kate Middleton e afins da realeza.
A Kate veste
bem, está sempre bonita, com um sorriso fantástico, a pose
correcta, não há nada que se lhe aponte. Mas sobre a sua mais
recente gravidez, eu ponho-me a pensar… Se a Kate tivesse um
trabalho e não um emprego, como faria ela com os fortes enjoos
matinais que a levaram a refugiar-se três meses em casa dos pais,
acompanhada do filho e da babysitter? É que não estou a ver muitas
grávidas a ficarem de baixa devido à hiperemese gravídica de que Kate
sofre. Muitas vezes trabalham duro até ao final da gravidez, e finda
a licença de maternidade deixam os suas crias em creches, como
peixinhos largados num tanque de tubarões, porque não há outra
solução possível… E a realeza dá-se ao luxo de se ausentar de
atos oficiais por enjoos, embora tenha todo um staff aparatoso por
detrás que auxilie em todo e qualquer passo, e depois do parto há
sempre uma babysitter e só se pega no bebe para a fotografia…
O
que me repulsa não é a ostentação, nem a diferença entre ricos e
pobres, porque essa diferença irá existir sempre, o que me repulsa
é uns terem emprego e muitos outros um trabalho. O me faz moer a
cabeça é pensar que o exemplo tem que vir de cima, dos governantes,
e daqui não se tira exemplo nenhum, a não ser que uns nascem com o
rabiote virado para as estrelas, e outros, coitados, nem por isso.
Bárbara de Sotto e Freire
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