quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Autonomia


Autonomia é ser-se adulto e ter consciência de tal; é tomar decisões por si, sem pedir opiniões a outros, de forma continuada e repetitiva; é ser piloto da própria vida. Ter autonomia implica ter responsabilidade, e ter consciência de que as nossas acções têm consequências, e portanto, temos que arcar com elas.
Ser autónomo é ser livre e ter asas para voar. E independentemente de se saber se se sabe ou não voar, deixar-se ir na leveza da corrente. O imprevisível às vezes sabe tão, mas tão bem! E aproveitar o voo para saborear o frio cortante no rosto, para ouvir o chilrear dos pássaros, para fazer uma inclinação para a direita, que não estava nos planos... E quando se aterra vem a sensação da prova superada, do dever cumprido, da criança que ficou lá para trás e do adulto que agora se começa a olhar ao espelho e a reconhecer enquanto tal. E quando se aterra na terra queimada, sentem-se as pernas bambas do nervosismo da novidade pelo mundo desconhecido, sente-se o sorriso estampado no rosto por mais uma etapa vencida, e a vontade brutal de fazer novos voos.
Autonomia é sermos fiéis a nós mesmos, autênticos e genuínos,  amarmos quem nos ama, sermos livres e tomarmos a nossas decisões, sem que para isso seja necessário deixar nada nem ninguém para trás.  Voar é só mais um passo no nosso processo evolutivo e de crescimento enquanto seres humanos...

Eu quero voar!

Bárbara de Sotto e Freire

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