Estou, como já disse num post anterior, internada na CSBJ.
Aqui a maioria das pessoas apresenta retaguarda familiar, mas também há aqueles que estão aqui por sua conta e risco.Estão completamente sozinhos. Não têm um telefonema ou uma visita. Dependem da segurança social e da CSBJ para terem roupa, produtos de higiene, e um pouco de calor humano.
Às vezes pergunto-me quão resistentes são essas pessoas. Não basta já um problema de saúde? Ainda têm de ter por cima a solidão completa? Viver por sua conta e risco?
São pessoas que se isolam e que não falam muito. Não falam do seu passado, nem do que as trouxe para cá. Não dizem o que lhes faz falta.
E nós, aqueles que temos retaguarda familiar, somos bem capazes de nos queixar e de pedinchar e de ficar amuados se não temos aquilo que queremos.
Essas pessoas são guerreiras, são resistentes, e se a vida lhes dá luta, elas respondem lutando.
Um bem haja há CSBJ por acolher estas pessoas e por tratar delas de igual para igual. E também por lutar pelos seus direitos junto das entidades adequadas.
Para essas pessoas um forte abraço, porque o calor humano é sempre bem vindo.
Bárbara de Sotto e Freire
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