sexta-feira, 23 de maio de 2014

A polémica dos quadros de Miró


Se há assuntos em que não me envolvo muito são os da política... Mas de vez em quando lá tem que ser.

Penso, desde já, que aqui existe, mais uma vez, uma dicotomia entre a esquerda e a direita, não sendo eu apologista nem de direita, nem de esquerda, nem de qualquer outro partido político, já agora que estamos em época de eleições. Normalmente, atrai-me um projeto, a convicção de um candidato (que promete e depois não faz, mas a esperança é a última a morrer), e aqui vou eu contente às urnas, dar o meu contributo eleitoral...

Depois há os que dizem que Miró não era português, nunca deu muito relevo, nem demonstrou interesse pelo nosso país, e vai daí que toca a vender os quadros, para ganhar mais uns euritos.

Eu tenho para mim, que apesar de Miró não ser português, era um artista. E um artista deve ser valorizado em qualquer parte do mundo. Valoriza a arte e a cultura de um país. Valoriza o património deste. Valoriza o país enquanto afirmação de si. Atrai turistas, gera fluxo de pessoas... E isto, vendo numa perspectiva político-financeira, gera dinheiro (é claro que os quadros tinham de estar à vistinha de todos e em bom estado de conservação, e não "botados" ao abandono cheinhos de pó como se fossem meras pinturas de um imitador desconhecido). E não é por nada, mas o "fulano que não ligava muito a Portugal" pintava muito bem.

Por isso vamos perder património.Cultura. Style. Sim, isto é style. A troco de quê? Dos quadros irem a leilão, de uma leiloeira muito conhecida, e de se ganhar uns euritos... E sabem que mais? Ao Domingo vou pegar nos meus quadros, assinados por Je Moi Même, e vou para a Feira da Ladra. Perco patrimómio, mas meto graveto ao bolso!E quem sabe, até ganho fama. E depois da fama, ensino aos políticos que quem manda aqui é o Zé Povinho!

E não é que os jogos do poder ganharam outra vez?

Aprender técnica, é com os artistas!... Ou com os que imitam sê-lo... Enfim!


Bárbara de Sotto e Freire

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Em tua memória II

Não contava com a tua súbita  partida. Sei que estavas em sofrimento e que ias várias vezes ao hospital. .. e que tinhas estado em coma. Sei que vivias aprisionada. Mas caramba, porque é que deixas-te de lutarPorque é que não me deixas - te despedir de ti? Sentir a tua pele, dar-me as mãos, fazer-te um carinho, olhar nos teus olhos, e ouvir a tua voz?

Sei que agora estás com o Menim aí em cima, mas eu fiquei sozinha. .. e  continuo a amar-vos...
Madrinha, sei que agora és uma estrela a brilhar no céu.  Toma conta do Menim. 
Amar-te foi fácil, esquecer-te impossível. 

Bárbara de Sotto e Freire

segunda-feira, 25 de março de 2013

Em tua memória

Só morremos quando morremos no coração daqueles que nos amam.
 
Estarás sempre presente no meu coração.
 
Eterna saudade.
 
Bárbara de Sotto e Freire

domingo, 10 de fevereiro de 2013

O amor acontece - Catarina

Tal como tinhamos combinado, no primeiro fim de semana de Fevereiro fomos à Serra da Estrela.
Brincamos na neve como duas crianças, tiramos fotos,  andamos à procura de estalactites!Contudo a minha mente vagueou por tudo, menos por desfrutar do branco, e da paz que a imponência das montanhas sugeriam.
Pensava apenas em trabalho, em pequenas situações pendentes, em como seria o nosso futuro. Sim, porque já pensávamos de forma mais séria num futuro a dois... partilhar casa... partilhar as nossas vidas de forma permanente e contínua.
Pensava em como seria a vida dos meus pais quando eu fosse embora. Pensava no meu irmão, e em como lhe dizer que namorava. Pensava em tudo... menos no momento que vivia, na pessoa que estava ao meu lado, no amor que me lhe tinha. A minha cabeça estava ali, mas os meus pensamentos, esses, estavam bem longe.

Comemos bem, bem demais diria eu. Apreciar as iguarias da serra iria custar-me uma semana de esforços redobrados no ginásio, pensava eu. Mas como dizia Afonso "isto não se come todos os dias". Aquele queijo, o presento, as sobremesas... aquelas comidas eram simplesmente irresistiveis.

Viemos por Aveiro, e ainda deu para apreciar a paisagem de fim de tarde.

Gostei daquele fim de semana, em que fiquei a sentir a necessidade de estar com afonso porque o amava simplesmente. Mas eu sentia-me tão cansada!
E foi a partir dessa data em que o cansaço falou mais alto.
No dia seguinte tive um ataque de pânico no trabalho, e nos dias subsequentes tive uma série de consultas, que me levaram a uma baixa e a um tratamento hospitalar.
O que é que eu sentia?
Senti que o cansaço venceu a minha força de vontade, que chorava com frequência, que o meu cérebro parou, que apenas vivia porque o meu coração batia. Sentia que nada fazia sentido. Sentia que algumas peças não se encaixavam, e que a minha cabeça estava cheia de ideias completamente malucas, e oca ao mesmo tempo. Sentia dores no corpo. Mas sobretudo, doía-me a alma...

Catarina passou dias dificeis. Este não era um dos momentos mais felizes da sua vida, pelo facto de se sentir doente e sem forças. No meio de todos estes sentimentos só tinha a certeza de querer estar com aquele homem que se dedicava a ela com um carinho que ela desconhecia até então.
E foi assim que os acontecimentos se começaram a desenrolar.
Bárbara de Sotto e Freire

sábado, 9 de fevereiro de 2013

O amor acontece - Afonso

- Catarina, nós somos como as rolas...
- Como as rolas? - perguntou ela
- Sim. Sabias que as rolas são dos únicos animais que formam casais para a vida inteira?
- Como assim? - perguntou Catarina
- Os casais de rolas - disse Afonso - são casais para toda a vida. Só se têm um ao outro. Não acasalam com mais nenhum par. Nós somos assim. Nós fomos feitos um para o outro. Nós vamos viver juntos a vida inteira e a eternidade.


E assim começaram as suas nivas vidas. Com esperanças renovadas. Com u  amor infalível. Com a esperança e a certeza de que o amor que os unia jamais os iria separar.
Bárbara de Sotto e Freire

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O amor acontece - Afonso


Para ti Catarina, com todo o meu amor:

"Vou andando, cantando
Tenho o sol à minha frente
Tão quente, brilhante
Sinto o fogo à flor da pele
Tão quente, beijando
Como se fosses tu


Ao longe, distante
Fica o mar no horizonte
É nele, por certo
Onde a tua alma se esconde
Carente, esperando
Esse mar és tu


Pode a noite ter outra cor
Pode o vento ser mais frio
Pode a lua subir no céu
Eu já vou descendo o rio...


Na foz, revolta
Fecho os olhos, penso em ti
Tão perto, que desperto
Há uma alma à minha frente
Tão quente, beijando
Por certo que és tu


Pode a lua subir no céu
E as nuvens a noite toldar
Pode o escuro ser como breu

Acabei por te encontrar


Vou andando, cantando
Tive o sol à minha frente
Tão quente, brilhando
Que a saudade me deixou
Para sempre,
Por certo
O meu Amor és tu."


Fado do encontro - Tim; Com Mariza
www.youtube.com/watch?v=pM0wKQ9m700

Enviou-lhe a seguinte sms:

Meu amor, não te esqueças de fazer a mala. Logo ao final da tarde começa o nosso tão aguardado fim de semana... Leva roupa quentinha! Eu levo-te no meu coração. Para sempre teu, Afonso*

E foi assim que ele a conquistou definitivamente...

Bárbara de Sotto e Freire

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O amor acontece - Catarina


Os meses que se seguiram foram de pura paixão e romantismo.
 
Namoravam oficialmente, o que, para Catarina tinha um valor incalculável. Não andavam juntos simplesmente, eles namoravam. Afonso chegou mesmo a apresentar-se aos pais de Catarina no sentido de lhes pedir para namorar com ela. Isto encheu-a de orgulho e confiança, pois essa fora uma das muitas formas que ele encontrara para lhe dizer que a amava e que a queria.
Desde então, Catarina passou a estar com Afonso com mais frequência, começou a dormir em casa dele, começaram a ter passeios, conversas e noites cada vez mais longas... conheciam-se cada vez mais e ambos sentiam que teriam sido feitos um  o outro.
 
Em Dezembro, antes do Natal, refugiaram-se uns dias em Porto Antigo.  
Foi aí que sentiram a real necessidade de estarem juntos, de passarem todo o tempo possível  o mais próximo que lhes era viável, de partilharem mais e mais as suas vidas...
 
 
Eu continuava na dúvida. Continuava de "pé atrás". No fundo acho que a vida me ensinou a confiar desconfiando, e de repente passara a não ter certezas de quase nada.
Tinha a certeza que gostava daquele homem, que o amava como nunca amara ninguém, que o amava como nunca pensava que seria capaz de amar alguém. Mas daí a juntar as roupas, a partilharmos a cama diariamente, e a ter a minha escova de dentes no mesmo copo que a dele, ia um passo de gigante.
Ele falara-me em "juntar-mo-nos" mas para mim essa ideia nem sequer entrava na minha cabeça. Quer dizer, não era uma ideia tão descabida que já não me tivesse passado pela cabeça partilhar as horas dos meus dias e os dias dos meus anos com aquele homem que parecia ser a minha pessoa. Que era a minha pessoa - esta era a minha única certeza, ele era a minha pessoa.
Mas... a vida tinha-me ensinado a "confiar desconfiando".
 
Amar com a razão era difícil. Amar era com o coração.
 
Partilhamos o Natal e o Ano Novo, festas que eu nao valorizava muito porque tinha a família dispersa. Acabei o ano de 2012 com ele, e esta foi a melhor forma de entrar em 2013.
Entretanto Afonso começou a falar-me com mais frequência em vivermos juntos, algo que eu adiei até ao final de Janeiro.
Janeiro foi um mês muito intenso para mim: no trabalho havia muito trabalho e muita pressão. Eu mesma impus alguma pressão sobre mim, algo que mais tarde se viria a reflectir na minha saúde. Contudo não queria, de forma alguma, que o meu relacionamento interferisse na minha produtividade laboral, e por isso acho que até passei a trabalhar mais.Também nao foi fácil lidar com as colegas mais chegadas que queriam saber alguns detalhes do meu relacionamento. Acabamos por nos afastar todas um pouco por causa desse assunto, o que criou em mim alguma angústia e solidão.Chegava a casa tarde ànoite e levantava-me cedo, ou então, dormia em casa de Afonso e vinha cedo para casa... Por vezes sentia que não sabia onde pertencia. Sentia-me como que uma bola de Ping pong entre a casa dele e a minha. Mas o amor falava mais alto e eu estava cada vez mais apaixonada por aquele homem. Como se fosse possível amá-lo mais... Pensava sempre que o amava em pleno, mas no dia seguinte amava-o mais um pouco... admirava-o mais, queria-o mais.
Estava a deixar-me levar e guiar pelo meu coração pela primeira vez na minha vida e isso assustava-me um pouco, porque já nao reconhecia a Catarina firme e gélida de outrora. Mas sentia-me mais feliz, mais preenchida, mais completa. Afonso fazia parte da minha vida.Afonso era a minha vida. Parecia que já nos conhecíamos há anos, e tínhamos a mesma forma de estar e de pensar. Completávamos as frases um do outro, tínhamos os mesmos pensamentos em simultâneo, e isto não podia ser mera coincidência.
Decididamente eu amava o Afonso e estava disposta a arriscar por ele. O meu coração dizia-me para eu o fazer...
 
E assim ela o fizera: "vai aonde te leva o coração".
 
Bárbara de Sotto e Freire