Desculpem, mas tenho de dizer isto. Hoje o dia foi... enfim, difícil...
«Há sempre alguém pronto a criticar, a deitar abaixo tudo e todos, mesmo que ninguém lhes faça sombra. Sentem como que prazer em fazê-lo.
Quem de nós não sentiu já na carne o aguilhão da crítica?Um aguilhão que pode inibir gestos e silenciar palavras?Já lá vão uns anos uma mão amiga meteu debaixo da minha porta um daqueles posters feitos de uma espécie de tecido fino, onde se desenham e escrevem simpáticas frases (...).Conservo aquele poster atrás da porta da minha entrada. Visível para quem sai. Está ali como sinal de afecto, mas também como conselheiro. Diz:
ANIMA-TE! ...Se levares pontapés no traseiro é sinal que estás à frente!
Uma frase que resume aquilo que podia ser dito assim: não deixes que as críticas e as palavras maldosas te afastem dos objectivos a que te propuseste, tu és superior. Uma frase de alguma forma parecida com o ditado: "Só se atiram pedras ás árvores que dão frutos".
Nem sempre é assim. Seja como for, nós sabemos como somos vulneráveis ás críticas, ás observações sarcásticas e aos comentários mesquinhos dos outros. Algumas frases parecem pingar inveja, outras não passam de meras brincadeiras. Seja como for, podem ser o bastante para estragar o dia de alguém.(...)
Um dia Buda foi verbalmente atacado por uma homem. Pacientemente, ouviu todas as acusações que o homem tinha a fazer-lhe. Depois, e com uma serenidade funda no olhar e na voz, perguntou:
- Ouve, se alguém recusar um presente, a quem é que este pertenceria?
- Pois, a quem o ofereceu, respondeu o homem desconfiado.
- Pois, a quem o ofereceu, respondeu o homem desconfiado.
- Muito bem - dise-lhe o Buda - não aceito o teu insulto.»
Henrique Manuel - Ele sabe que somos assim
Bárbara de Sotto e Freire
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