Afonso estava hoje com energias renovadas. Sentia-se bem, diria que quase feliz.
Apenas se questionava sobre os verdadeiros receios de Catarina.
Sabia que até agora não tinha falhado em nada, nas suas promessas, na sua ternura, no seu carinho, ou no seu sentido protetor. Por isso não conseguia entender a cabeça daquela mulher que lhe dava a volta à cabeça.
Perguntava-se o porquê de se ter apaixonado agora. Tão cedo. Mas não encontrava resposta. Perguntava-se acerca do motivo que o levara a apaixonar-se por uma mulher tão inspiradora quanto complexa.
Sabia que o dia de ontem não tinha sido fácil. Sabia que ela tinha notado. Por isso lhe contara a sua história... E sabia que ela ficara preocupada com ele, porque a forma dela o amar era genuína, verdadeira e real. Tão real e sentida como ele nunca tinha sentido.
Mas caramba! Será que já não lhe tinha dado motivos suficientes para ela confiar nele?! Porquê tantas dúvidas? Por vezes ela não parecia deste tempo!
Chateava-se consigo mesmo porque queria estar com ela, abraçá-la, dançar com ela, enfim, queria ser feliz!
Ninguém é infeliz toda uma vida, e logo agora que a encontrara, tinha a certeza de ter nascido para ser feliz!
Chateava-se consigo porque gostava dela, e por vezes ela parecia um gato desconfiado.
Perguntava-se quanto tempo ela precisaria de tempo? Uma semana? Dois meses?
Mulheres!
Seria ele capaz de lhe dar o que ela definia como amor? Seria ele capaz de compreender o seu binómio emocional? E ela? Será que ela o entendia, será que o amava tanto como ele a amava a ela? Será que ela o deixaria ficar quando surgissem dificuldades?
Afonso não deixava de ser perguntar. Mas sabia que a amava e que a respeitava. E para ele a certeza do amor bastava.
Sim, Afonso iria debater-se com todas estas questões durante algum tempo, mas não se iria perder nem fugir de si mesmo. Iria encontrar-se e ao encontrar-se fazer as pazes consigo e com a vida. E aí sim, seriam felizes. Para sempre.
Bárbara de Sotto e Freire
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