terça-feira, 20 de novembro de 2012

Para ti

Ela deixara o amor lá atrás na sua vida. Não era coisa em que pensasse, embora por vezes se sentisse terrivelmente só. Contudo acomodara-se à sua solidão e gostava muito de ter o seu espaço. Apreciava o seu egoísmo, gozava do seu tempo, vivia quase exclusivamente para si.
De facto não sabia muito bem se alguma vez teria amado... questionava-se algumas vezes sobre o assunto... por vezes achava que sim, mas muito mais vezes sentia que não. Não. Nunca tinha tido alguém que fizesse tudo por ela, e ela admitia que nunca tinha chegado ao ponto de fazer tudo por alguém. Isso queria dizer que nunca amara. Para ela amar era isto: era ultrapassar tudo, correr atrás de, fazer o humanamente impossível por aquele alguém que a complementaria... E claro, nunca tinha encontrado alguém que a tivesse complementado. Tinha encontrado homens que traziam mais problemas à sua vida, que paz. Ela também não queria alguém que lhe desse soluções! Apenas estabilidade e equilíbrio.

Tinham-se conhecido nos primeiros dias do frio mês de Novembro.
Tinham-lhe falado dele, mas ela não pensara em nada, nem sequer pensara no assunto! Para ela falar de amor, era algo que estava enterrado, era um conceito que pertencia aos outros, e não a ela.
Acabara por falar com ele, só porque sim, e foi então que se deu conta que afinal o amor não era uma teoria matemática linear para a qual ela conseguisse uma posologia e um tratamento curativo, e que afinal algo de estranhamente misterioso e bom lhe estava destinado.

Ela estava a viver um sonho tornado real. Perguntava-se se ele seria um príncipe encantado, um bandido ou um Zorro... Claro que seria um príncipe encantado, mas também ele bandido, também ele Zorro... Ele era um homem combativo, de espírito forte, mas todo ele envolto numa luz que ela nunca antes tinha visto.
Ele era o homem que ela queria para si.

Este é o começo de uma longa história de amor... Continua

Bárbara de Sotto e Freire

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