O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o marSão a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada»
Sophia de Mello Breyner AndresenRetirado de:http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/v289.txt
Bárbara de Sotto e Freire
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