quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008 em balanço

Finda o ano de 2008, e chega então a hora de fazer o balanço entre o melhor e o pior deste ano.
Poderia escrever sobre muita coisa.
Começaria pela tão falada crise, ou então dissertava sobre o (mau) estado da educação no nosso país. Poderia discorrer sobre os jogos olímpicos, ou sobre as ondas de solidariedade que apaixonam os portugueses. Falar sobre os óscares não seria má ideia, nem como má ideia seria falar sobre o aquecimento global. Poderia citar nomes de pessoas célebres que faleceram e sobre o legado que nos deixaram. Poderia deprimir-me a escrever sobre a guerra entre israelitas e palestinianos, ou então fazer "previsões" para o mandato de Obama. Bem, poderia escrever sobre milhentos itens, mas: NÃO ME APETECE!
Sobre este ano tenho a dizer que ganhei muita "coisa", aprendi muito, e sobretudo cresci... (mesmo perto dos trinta ainda é possível crescer!!!).
Ganhei amigos para a vida, que sempre levarei comigo. Tive o privilégio de trabalhar com uma equipa realmente óptima, e de integrar projectos aliciantes. Saí da minha terra e isso fez-me perceber o quanto eu gostava dos meus. Afinal é pela saudade e pela ausência que também se sente o amor. Concluí que para onde quer que vá o Porto será sempre a minha cidade... Concluí também que a capacidade de nos adaptarmos à mudança nos enriquece [mas é muito difícil!:)]. Fui novamente tia.
Ao longo deste ano li muitos livros, fui algumas vezes ao cinema, a música despertou-me os sentidos.
Quando menos esperava consegui reagir ao meu próprio desespero. Quando esperava conseguir reagir, abandonei-me a mim própria...
Aquilo que realmente levo de 2008 são amigos, abraços e sorrisos. São aqueles beijos que a minha sobrinha me dá e quase me partem o maxilar. É a cara fofa da pequenota. É a saudade de hoje não vos poder reunir à minha mesa, e de não podermos brindar, juntos, ao novo ano.
Que o ano de 2009 vos traga a realização de projectos, a concretização de sonhos e o aproximar dos amigos.
Um excelente 2009!

Bárbara de Sotto e Freire

domingo, 28 de dezembro de 2008

Who am I ?!

"(...)
Nada, senão o instante, me conhece.
Minha mesma lembrança é nada, e sinto
Que quem sou e quem fui
São sonhos diferentes."

Ricardo Reis

Bárbara de Sotto e Freire

sábado, 20 de dezembro de 2008

De certa forma também era meu - I

Faria hoje 1 ano de vida. E gostaria de poder comemorar.

[Fonte:http://fotos.sapo.pt/ZOuZDSzZZEBKI1thhz73]


Bárbara de Sotto e Freire

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Organização empresarial

Kaizen é uma palavra japonesa que significa mudança para melhor, ou melhoria contínua.

Na realidade, esta filosofia, tem como base valores humanos japoneses complementados com conhecimentos técnicos americanos, e data de 1950. Consiste então num processo integrado de control de qualidade e de aprimoramento contínuo: é tão importante fazer bem-feito (eficiência), quanto obter o resultado certo (eficácia).

"A jornada é o próprio objectivo." (Osho)

Por forma a obterem-se os resultados pretendidos, na empresa todos devem ter objetivo e missão comuns, sendo que durante o período de trabalho devem trabalhar da forma mais equilibrada e satisfatória possível, pois dessa forma tende-se a aumentar a produtividade e melhorar a qualidade, o que por sua vez, permite a conquista de um resultado positivo no mercado.


Para o Kaizen contribuem o Seiton, Seiri, Seiso, Seiketsu e Shitsuke, que estão intimamente relacionados com wa – harmonia.
Mas wa,harmonia, não significa que tenhamos que concordar sempre; wa considera indispensavelmente o não: é indispensável o não para existir o debate e a troca de idéias para que se chegue a um consenso onde todos tenham a consciência de que tomou a melhor decisão possivel face ás circunstâncias.
O debate permite a evolução.


1. SEITON significa arrumação, deixar tudo em ordem – todos os materiais devem ser mantidos em ordem, para que possam ser encontrados de imediato e estejam prontos para uso sempre que necessários. Deixar as coisas no lugar certo, para não se perder tempo e gastar energia desnecessária, procurando-as.


2. SEIRI significa evitar o desnecessário, separando-o do necessário, e guardá-lo num lugar que lhe é próprio, para que não atrapalhe a rotina de trabalho ou qualquer outra atividade. Disponibilizar as coisas realmente necessárias ao trabalho e aquelas desnecessárias guardá-las ou “passá-las para frente”. Guardá-las, porque futuramente poderão ser necessárias; “passá-las para frente” (doar) porque aquilo que é desnecessário para um, pode ser útil para outro.


3. SEISO significa manter o local de trabalho sempre limpo.

4. SEIKETSU significa manter a higiene tornando o ambiente saudável e agradável para todos.

5. SHITSUKE significa disciplina - não só aprender e seguir os princípios anteriores como hábitos salutares, como também educar-se com carácter, firme e honrado, para vencer na vida. (A palavra “disciplina” basicamente significa capacidade de aprender, daí a palavra “discípulo”).

"Um local para cada coisa, cada coisa no seu local."

Para o Kaizen, é sempre possível fazer melhor, nenhum dia deve passar sem que alguma melhoria tenha sido implementada, seja ela na estrutura da empresa ou no indivíduo. Esta metodologia traz resultados concretos, tanto qualitativa, quanto quantitativamente, num curto espaço de tempo e a um baixo custo, apoiados numa equipa unida e esforçada para obter os resultados propostos pela direcção da empresa.



"Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje!"



Bárbara de Sotto e Freire


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

I have a dream

"I have a dream, a song to sing
To help me cope with anything
If you see the wonder of a fairy tale
You can take the future even if you fail
I believe in angels
Something good in everything
I seeI believe in angels
When I know the time is right for me
I'll cross the stream - I have a dream
I have a dream, a fantasy
To help me through reality
And my destination makes it worth the while
Pushing through the darkness still another mile
I believe in angels
Something good in everything
I seeI believe in angels
When I know the time is right for me
I'll cross the stream - I have a dream
I'll cross the stream - I have a dream
I have a dream, a song to sing
To help me cope with anything
If you see the wonder of a fairy tale
You can take the future even if you fail
I believe in angels
Something good in everything I see
I believe in angels
When I know the time is right for me
I'll cross the stream - I have a dream
I'll cross the stream - I have a dream"

Abba

Bárbara de Sotto e Freire

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Estado de espírito


O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas.
Essas e o que faz falta nelas eternamente;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço, Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos

Bárbara de Sotto e Freire

Porquê?



"A causa da derrota não se encontra no obstáculo ou no rigor das circunstâncias; está no retrocesso, na determinação, e na desistência da própria pessoa.

Se falasse em dificuldades, tudo era realmente difícil. Se falasse em impossibilidades, tudo era realmente impossível.

Quando o ser humano regride na sua decisão, os problemas que se erguem na sua frente acabam parecendo maiores e confundem-no como uma realidade imutável.

A derrota encontra-se exatamente nisso."



Daisaku Ikeda



Bárbara de Sotto e Freire

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Porque eu gosto

[Mário Cesariny - 2001]

Bárbara de Sotto e Freire

domingo, 7 de dezembro de 2008

...

"Chora aos berros como as crianças até te estafares. Verás que depois adormeces."

Vergílio Ferreira - Pensar

À CI e à MC

«Já pensei dar-te uma flor, com um bilhete, mas não sei o que escrever, sinto as pernas a tremer quando sorris para mim, quando deixo de te ver...
Vem jogar comigo um jogo, eu por ti e tu por mim. Fecha os olhos e adivinha, quanto é que eu gosto de ti.

Gosto de ti desde aqui até à lua, gosto de ti, desde a lua até aqui.
Gosto de ti, simplesmente porque gosto, e é tão bom viver assim...

Ando a ver se me decido, como te vou dizer, como te hei-de contar, até já fiz um avião com um papel azul, mas voou da minha mão...

Gosto de ti desde aqui até à lua, gosto de ti, desde a lua até aqui.
Gosto de ti, simplesmente porque gosto, e é tão bom viver assim...


Quantas vezes parei à tua porta, quantas vezes nem olhaste para mi, quantas vezes eu pedi que adivinhsses, o quanto eu gosto de ti.

Gosto de ti desde aqui até à lua, gosto de ti, desde a lua até aqui.
Gosto de ti, simplesmente porque gosto, e é tão bom viver assim...»



André Sardet - Adivinha o quanto eu gosto de ti - Mundo de Cartão


Bárbara de Sotto e Freire

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Pedra Filosofal

"Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."
António Gedeão, in 'Movimento Perpétuo'
Bárbara de Sotto e Freire

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Metamorfose


"E amanhã não seremos o que fomos

nem o que somos."

Ovídio, in Metamorfose

[Salvador Dali - Metamorfose de Narciso]



Bárbara de Sotto e Freire

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Então eu repito:

"Os guerreiros da luz mantém o brilho nos olhos.
Estão no mundo, fazem parte do mundo, e ao mundo foram enviados sem alforge e sem sandálias. Muitas vezes são covardes. Nem sempre agem correctamente.
Os guerreiros da luz sofrem por coisas inúteis, preocupam-se por coisas mesquinhas, e ás vezes julgam-se incapazes de crescer. Os guerreiros da lus, de vez em quando, creêm-se indignos de qualquer benção ou milagre.
Os guerreiros da luz, com frequência, interrogam-se sobre o que fazem aqui. Muitas vezes passam noites em claro, e acham que as suas vidas não têm sentido.
Por isso são guerreiros da luz. Porque erram. Porque interrogam. Porque continuam a procurar um sentido - e acabarão por encontrá-lo."
Paulo Coelho - Manual do Guerreiro da Luz
Bárbara de Sotto e Freire

domingo, 30 de novembro de 2008

Quando estou só reconheço

"Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida."
Fernando Pessoa

Bárbara de Sotto e Freire

sábado, 29 de novembro de 2008

Desabafo

Há dias em que nos sentimos outsiders. Sentimo-nos indesejados, frustrados, incompletos, incompreendidos. Mal amados. Desamados.

Sentimos na pele que nascemos e morremos sozinhos.

Vivemos como se de actos fosse a vida, mas de facto ela é feita das consequências.

Há alturas em que a vida parece um jogo de xadrez corrompido, um átomo que não retorna ao estado fundamental.

Há alturas em que vida não é vida, mas um fardo; em que a saudade daquilo que ainda não se viveu toca fundo, e a saudade de outrora pesa, e a saudade de quem se gosta é um fado que se canta a chorar.



A vida é um momento, um rebuçado amargo que se traga até ao fim, um cigarro que se fuma e que se apaga.
É um abandono de si, um desafogar de emoções. É uma luz que se acende no vácuo.
É eterna enquanto dura. A eternidade é vida enquanto passa. A vida é uma guerra eterna contra o fim inevitável.
É nada ser e nada ter esperando tudo.
É despedir-mo-nos de nós. É dizer adeus. É rezar. É um calvário. É uma cruz que se transporta, e que se ama odiando.
A vida é aprender nada estando certo.
É pequena para tudo. Um tudo que é nada.
É uma travessia num deserto até à morte.

Há dias em que somos realmente outsiders...

Bárbara de Sotto e Freire

Viagem na palma da mão

"Agarras-te à hora
em que o tempo não passou
mergulhas nas cores
que a loucura te emprestou
e quando te vês p'ra lá do espelho
encontras a solidão
Descobres o mundo
de quem tem tudo a perder
e sobes ás estrelas
que ontem não podias ver
perdes o medo de estar só
no meio do multidão
Tradições atrás de contradições
fizeram-te abrir os olhos
podes dizer, eu sou"
Jorge Palma
Bárbara de Sotto e Freire

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Le Petit Prince


Porque há livros que nos marcam e mensagens que ficarão para todo o sempre...



["Só se vê bem com o coração. O essencial é invisivel aos olhos."]
O Principezinho - Antoine de Saint-Exupéry

Bárbara de Sotto e Freire

What are you afraid of ?!


"Our deepest fear is not that we are inadequate.
Our deepest fear is that we are powerful beyond measure.
It is our light, not our darkness, that most frightens us. Your playing small does not serve the world. There is nothing enlightened about shrinking so the other people won’t feel insecure around you. We were all meant to shine as children do.
It's not just in some of us; it is in everyone. And as we let our own light shine, we unconsciously give other people permission to do the same as we are liberated from our own fear. Our presence automatically liberates others."

Coach Carter Movie
Bárbara de Sotto e Freire

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Um pouco de céu

"
Só hoje senti
Que o rumo a seguir
Levava pra longe
Senti que este chão
Já não tinha espaço
Pra tudo o que foge
Não sei o motivo pra ir
Só sei que não posso ficar
Não sei o que vem a seguir
Mas quero procurar

E hoje deixei
De tentar erguer
Os planos de sempre
Aqueles que são
Pra outro amanhã
Que há-de ser diferente
Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um pouco de céu
Um pouco de céu

Só hoje esperei
Já sem desespero
Que a noite caísse
Nenhuma palavra
Foi hoje diferente
Do que já se disse
E há qualquer coisa a nascer
Bem dentro no fundo de mim
E há uma força a vencer
Qualquer outro fim

Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um pouco de céu
Um pouco de céu"

Mafalda Veiga - Tatuagem

Bárbara de Sotto e Freire

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ser

Vagueio
por entre o Vazio que me preenche
pela solidão de que me sou
e sinto

Vagueio
por entre o olhar indolente
dos confrontos injustos
da solidão de mim comigo

do SER de que sou Vazio
do Vazio que me enche

_ _ _ _ Envolvendo
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Esquecendo
Levando consigo
Só o (meu) Vazio

Vagueio
solitariamente por este beco
por este mundo sem céu
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ sem tecto
preenchido do Nada
que é a solidão
E o não
da mão que não se dá
do abraço que não se sente
do amor que não se entende
do olhar
que Nada compreende
o SER errante que sou

que ninguém tende a ser
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ o SER Vazio

Vagueio
Sentida a brisa leve soltada pelo vento
que sem rumo ou destino amacia
que me guia o alento
que como fado acaricia a alma
de quem segue solitária
pelo Vazio

Vagueio
E atiro-me desta falésia dourada
Por este precipício
Drogada
E pertenço ao Infinito

ao Infinito do Nada

Mas espreita a aurora
e os raios quentes do sol despertam-me
da droga maravilhosa
que é estar
Livre do Nada
_ _ _ _ _ _ _ _Cheia de Infinito
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _Saciada de ilusão
que não acaba

Do sonho
Do prazer de SER Vazio
De estar no Infinito

Abandono-me
(e) então vagueio
perseguida pelo Vazio
usada pela solidão

e no silêncio do Nada
vou ousando
_ _ _ _ _ _ _ ser Drogada
e atiro-me
para sempre

da falésia
para o Infinito
_ _ _ _ _ _ _ _ do (SER) Nada



Bárbara de Sotto e Freire

domingo, 26 de outubro de 2008

Ponto de situação - Lisboa III


A vida é feita de momentos. De idas e de regressos. De despedidas e de (re)encontros.
O cheiro é-me familiar, anestesiante. É o cheiro da minha terra. Tem um não-sei-quê de aldeia, de chuva sobre terra queimada, de comida caseira... Lá é de um metalizado estranho, que a cada semana que passa, se torna mais familiar e convidativo. Primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Quando lá chego a minha postura (apenas a exterior) torna-se mais serena, como que tentando manter a calma no meio do caos. Lisboa tem uma luz que jamais vou esquecer. A cultura vive ao dobrar da esquina. [Não que aqui no Norte esta não exista, mas porque estou no cidade diferente estou mais atenta à novidade]. Há uma energia enebriante, que nos contagia... Tem lojas, que são as mesmas da minha cidade, mas só por estarem lá, numa cidade diferente, parecem também elas, ter um brilho especial.
A Lisboa falta-lhe o mar, a minha praia, onde retempero as minhas energias, onde penso sem pensar, onde choro e rio. Onde me perco e me encontro.
De Lisboa trago a ideia de que é uma cidade aberta, luminosa e bela. É uma cidade frenética que não pára. Trago a ideia que o poder de compra talvez seja maior, as pessoas mais optimistas, e talvez por isso tenham outra forma de estar, e de ver, a vida. Não sabem conduzir, são um bocadinho mais frios, e têm uma pronúncia estranha. Cá no norte come-se uma comida mais saborosa, por um menor preço. As pessoas são mais calorosas, e quando perguntamos as horas dizem "é uma menos um quarto", e não "são quinze para as treuuuuze"(!!!!).
Sou sincera: de Lisboa trago boas recordações. Trago aprendizagem, e lições de vida. Trago saudades. Como se a minha vida fosse feita de permanentes despedidas. Aquilo que sinto é nostalgia, por não pertencer a lugar nenhum. Como se fosse cidadã estranha, estrangeira de mim própria. De quem gosto, apenas digo "até sempre", porque esses sempre os levarei comigo, para onde quer que vá. Porque a vida é feita de momentos...

Bárbara de Sotto e Freire

sábado, 25 de outubro de 2008

Não é preciso

«Não é preciso assobio
para estar só,
para viver a escuras.
Em plena multidão, em pleno céu,
nós nos lembramos de quem nós éramos,
ao íntimo, ao desnudo,
ao único que sabe como crescem suas unhas,
que sabe como se faz seu silêncio
e suas pobres palavras.
Há Pedro para todos,
luzes, satisfatórias Berenices,
mas, para dentro,
por debaixo da idade e vestimenta,
ainda não temos nome,
somos de outra maneira.
Não só para dormir os olhos se fecharam
mas sim para não ver o mesmo céu.
Nós cansamos de súbito
e como se tocassem no campanário
para entrar ao colégio,
regressamos à pétala escondida,
para o osso, para a raiz semi-secreta,
e ali, súbito, somos,
somos aquele puro e não lembrado,
somos o verdadeiro
entre os quatro muros de nossa única pele,
entre as duas espadas de viver e de morrer.»

Pablo Neruda
Bárbara de Sotto e Freire

Slow is cool!

Estamos na era da reciclagem, da ecologia, do movimento slow, do free, do verde.

Sou apologista.

Por vários motivos: por nós, pela nossa descendência e pelo futuro do nosso planeta. Pelo bem-estar, pelo brio global, pela forma como todos estes pequenos gestos permitem, de forma embora inusitada, unir a comunidade.

Para quem gosta de "keybags", vulgo carteiras, há agora uma séria de alternativas ecológicas. Basta consultar o site www.joaosabino.com e aí encontramos uma mala feita a partir das teclas de um computador, com um toque de irreverência, sem abdicar de um design clássico. Já no site www.solarjo.com encontramos uma mala que capta os raios solares...

Mas se dermos asas à imaginação transformamos banheiras e carrinhos de supermercado em sofás. É uma das várias ideias que podemos encontrar no site

www.reestore.com.

Mas como não podemos prescindir de tecnologia, nem mesmo de energia, para sabermos a melhor forma de poupar, ou pelo menos o quanto gastamos, podemos consultar o site

www.byebyestandy.com e, assustar-nos com o gasto de energia, muitas vezes desnecessário, que fazemos.

Depois de tudo isto, só mesmo ir de férias. Se possível ecológicas... Há antigas prisões cujo design foi mantido, mas foram transformadas em hotéis de cinco estrelas. As cidades de Boston e Estocolmo já têm estes hotéis de luxo reciclados...

"A Natureza é inexorável, e vingar-se-á completamente de uma violação das suas leis."
Gandhi.
Bárbara de Sotto e Freire
Observação: Post publicado com base em artigos da revista Activa do mês de Novembro.

domingo, 19 de outubro de 2008

Conselhos sábios...

"Jamais deixe que as dúvidas paralisem as suas acções. Tome sempre todas as decisões que precisar de tomar, mesmo sem ter a segurança de estar a decidir correctamente."

Brida - Paulo Coelho

Bárbara de Sotto e Freire

sábado, 18 de outubro de 2008

A mudança...

"É preciso correr riscos, seguir certos caminhos, e abandonar outros. Nenhuma pessoa é capaz de escolher sem medo."
Brida - Paulo Coelho
Bárbara de Sotto e Freire

Ponto de situação - Lisboa II

Depois de duas semanas de formação sinto-me... bem, não sei, com muitas saudades do pessoal do OH, de quem me lembro cada vez com mais frequência, mas também entusiasmada, porque é uma área que gosto, e simultaneamente estafada, porque Lisboa tem um ritmo frenético que Argoncilhe City não tem...
Comecei a formação técnica, que já decorre há sete dias. Há sete dias que tenho testes diários. Esta vida não é fácil!
As viagens para Lisboa são feitas com muita nostalgia, e as viagens para o Porto são feitas com muito nervosismo... Esta semana foi muito dura, em termos emocionais, e em termos profissionais. Não houve um único dia em que não me lembrasse da Di, do Rogério, do Ricardo, do Bruno, da Rosa, do Miguel, do Sérgio, da Verónica, do Vitor, da Inês, da Caúdia, do Nuno, da equipa de fup, dos meus tecozinhos, do Tiago, enfim, de todos... Podem não acreditar, mas são pequenos nadas que trazem as recordações. São vozes, são um relógio sa Swacth que a Verónica e a Di têm de semelhante, são as t-shirts do Ricardo, é o cabelo do Bruno que parece que vi em não sem quem, é o telemóvel de não sem quem que é parecido ao do Rogério, é a maneira de rir de uma desconhecida que me faz lembrar a Rosa, são os concelhos sábios do Miguel dos quais eu me lembro tantas vezes, bem é uma infinidade de coisas.
Ainda ontem vinha no comboio, e me vinha a lembrar de tudo isto... É facto que durante todo o tempo que estive com a equipa OH, aprendi, cresci, e fui muito acarinhada. Isso ninguém me tira. Para onde for, para onde a vida me levar, vocês vão comigo, num lugar muito especial do meu coração. Mas esta separação está a ser muito dificil para mim. Sabem quando uma pessoa está a tentar mostar-se forte, mas na verdade apetece chorar?! Pareço um vulcão por dentro, a transbordar de emoções... sabe-se lá como vai esta logistica (onde é que eu já ouvi esta palavra?!) emocional...
Adiante.

Mais uma semana e várias viagens de táxi bastante loucas... Quanto à formação, como disse, foi bastante intenso e intensivo. Mas estamos a conseguir equilibrar uma boa capacidade de trabalho, com um bom espirito de equipa. Temos pessoas de Lisboa, das Caldas da Rainha, de São Martinho do Porto, de Mangualde, do Marco de Canaveses e de Vila Nova de Gaia. Mas a personagem cómica é mesmo o alentejano. Aquela pronúncia aliada ao facto de ser "mebocainodependente" faz-me rir. Acho que vou trazer muitas histórias de Lisboa para contar, mas estas só com pronúncia. Alentejana, claro!

Dizia-nos o taxista, na sexta feira: "a vida é feita de encontros e desencontros, temos de aproveitar as boas pessoas que encontrá-mos na nossa vida".

Bárbara de Sotto e Freire

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ponto de situação - Lisboa I

Á chegada Lisboa pareceu-me uma cidade luminosa. Eram 10h30 da manhã e lá desci eu do comboio, pendular, já agora, com um frio na barriga que parecia não ter fim. Apanhei o táxi, e tive a viagem mais alucinante da minha vida. Primeiro ensinamento: o trânsito em Lisboa é caótico, os carros atravesssam-se por tudo quanto é lado, dão o pisca e já viraram, os radares não são respeitados. Depois da tal viagem em que vi a a minha vida em perigo, cheguei a Alfragide. Malas de rodinhas, e Centro comercial Alegro para explorar. Mas vinha tão cansada, tão nervosa, e já com tantas saudades do norte, e do OH, que fui tomar um café. Sim, a minha outra aventura começou aí. A pronúncia do norte! Não é café é bica, não é frigideira é sertã, não é rabo mas tarro (!), não é prego mas bitoque, enfim... Os lisboetas ficam a olhar para nós e nós a olhar para eles como se estivessemos a falar uma lingua diferente... Mas é muito engraçado, porque dizem que as mulheres do norte têm pulso, são simpáticos mantendo a distância, e de uma maneira diferente do "querida" e "amorzinho" do Porto.
Depois de almoço, lá fui ter ao ponto de encontro, e tive a primeira tarde de formação. Somos um grupo muito heterogéneo, com muitas mulheres e apenas dois homens, e a primeira impressão que tive foi que isto ia ser uma verdadeira aventura... Uma tarde que parecia ser leve, mas em que foi passada muita informação, com um formador do norte, claro!
Malas para o autocarro e um motorista simpático que nos passeou um pouco por Lisboa. Estádio da Luz - o magnifico, estrondoso e maravilhoso estádio da Luz! (Ah Sérgio, como me lembrei de ti!!! - isto é só para fazer inveja). Chegadas ao hotel, fomos procurar local para jantar, e depois foi mesmo dormir (não, não há mesmo nada de Docas, nem de vodka preta com limão).
Ao segundo dia começou a sério. Começamos a formação em técnicas de venda, com uma formadora muito dinâmica. Bem quando foi citado o exemplo do preço qualidade e é citado um supermercado da concorrência (aquele em que os sacos se pagam e toca uma campainha quando há muitos clientes na fila para a caixa) os meus olhos brilharam e eu quase saltei da cadeira - sim, porque o meu Vitor (salvo seja!) deu um exemplo espectacular... Dia intenso em que aprendi muito, reforcei muitos aspectos de venda, aprendi novas prespectivas sobre conceitos apreendidos, conheci um pouco melhor as colegas... ao fim do dia, fomos à gare do Oriente comprar os bilhetes de regresso ao Norte, e passamos pelo estádio do Sporting... O do Benfica é muito mais bonito e e imponente, desculpem lá! Jantar, net, televisão, e dormir.
Terceiro dia: Bem, a sensação que tenho é que vender é uma arte muito complexa, em que é necessária aprendizagem constante. Aprendi muito na formação, mas tenho consciência que ainda há um longo caminho a percorrer.
A meio da semana o cansaço já pesa, as saudades do pessoal do norte ainda pesam mais, e lembro-me muito do OH... Já cheguei ao hotel, no Campo Grande, vou jantar e preparar-me para o módulo que se segue, que esse sim, é bem mais doloroso e exigente - vou dormir.
A única sensação que tenho e que na vida temos de arriscar, sem ferir. Temos de viver intensamente. As pessoas são demasiado belas para não serem amadas.
É uma tarefa muito dificil...
Bárbara de Sotto e Freire

domingo, 5 de outubro de 2008

Saudade

Gostaria de vos dizer muita coisa, mas vou tentar organizar as ideias e ser breve (sim, porque são 00:00, e amnhã ás 6:00 estou de partida).
Bem, na última semana não fui de todo uma reacção em equilibrio. Acho que nesta última semana envelheci, reflecti, ponderei, e de tudo isso restam-me dúvidas, medos, insegurança, receio, saudade, nostalgia, desespero, cansaço...
Quando há mais de uma ano atrás ingressei no OH confesso que para mim tudo era uma grande incógnita, como neste momento é a porta que se abre para mim. Não esperava nem muito nem pouco. Mas há medida que os dias, que se tornaram meses, foram passando, e há medida que me fui apegando ás pessoas, o OH passou a ser a minha familia, o call center a minha segunda casa, e os clientes o meu dia-a-dia, cada um uma novidade.
Muitas vezes me senti impotente perante as desistências. Porquê? Porque questionava o meu trabalho, porque o vendedor perdia uma venda, porque o OH não ganhava um cliente.
Há medida que o call center cresceu, e os projectos foram surgindo, senti-me acolhida, acarinhada, envolvida, absorvida.
Tentei sempre "beber" todos os ensinamentos de todos. Tentava todos os dias aprender algo novo, li algumas coisas sobre vendas... porque gostava realmente daquilo que fazia, onde o fazia, com quem o fazia.
Quando há uma semana atrás recebi uma chamada para uma entrevista, nunca pensei na reviravolta que tudo isto traria. Desde a tomada de decisão, a comunicá-la, senti-me vazia, perdida, angustiada. Mesmo depois de o fazer, até agora ainda me sinto assim.Sabem a solidão intrinseca ao ser humano, a solidão de nós mesmos, o confronto com o nosso espelho interior?!...
Bem, mas isto não é o confessionário.
Jamais esquecerei tudo o que fizeram por mim, as oportunidades que me deram, a força de vontade que me incutiram, aquilo que me ensinaram, das vendas e da vida. Com vocês cresci enquanto pessoa e enquanto profissional.
Jamais me esquecerei da salva de palmas que me bateram ás 22h00 do dia 03 de Outubro de 2008, da surpresa, do postal, e do presente. Mas mais que isso, jamais me esquecerei de vocês, porque só somos esquecidos quando morremos no coração daqueles que nos amam, pelo que para mim, permanecerão sempre muito presentes, muito vivos. Marcaram-me muito, sempre, mas sempre, pela positiva.
Relativamente ao OH, é um serviço que entendo ter todas as potencialidades para progredir, sobretudo com uma campanha como o Tec. Uma campanha que activa o telefone na hora, uma serviço personalizado, um projecto a que nada falta para brilhar ainda mais. Se muitas vezes não vendemos OH, acendemos rastilhos, porque apesar das pessoas não mudarem para a nossa operadora, vão à actual reclamar os seus direitos, dizer que há quem faça melhor... Muitas vezes não vendemos OH, mas pessoas que nunca ouviram falar no nosso serviço ficam a conhecê-lo e passam a palavra...
Vender não é, de todo, uma tarefa fácil. É uma função que implica preserverança, atitude, persitência, coragem, energia, vitalidade, conhecimento, e "não pressionar, mas impressionar". É preciso sentir-se vencedor. E sei que todos vocês o são. Vencedores.
A poucas horas de partir, apenas me resta dizer que vos adoro, que vos respeito e admiro. Apenas tive pena de não poder dar um abraço à Susana, à Diamantina, ao Ricardo e ao Bruno, e também à Verónia de quem acabei por não me despedir...
A todos vocês, desde Optimus, coordenadores, chefes de equipa, follow-up, e vendedores, (ah...) e também aos responsáveis pela informática (Bruno agora não me esqueci do informático!!!),apenas vos tenho a dizer:
"Tudo vale a pena se a alma não é pequena. O que não valerá a vida a uma alma grande."

Até sempre,

Sempre Optimus, com o Optimus Home

Bárbara de Sotto e Freire

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Estado de alma

Destruimos sempre aquilo que mais amámos

em campo aberto, ou numa emboscada;
alguns com a leveza do carinho;
outros com a dureza da palavra;
os covardes destroem com um beijo;
os valentes destroem com a espada.


Oscar Wilde


Bárbara de Sotto e Freire

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

...A mudança do Guerreiro...

«O Guerreiro da Luz contempla as duas colunas que estão ao lado da porta que pretende abrir.
Uma chama-se Medo, outra chama-se Desejo.
O Guerreiro olha para a coluna do Medo, e ali está escrito: "tu vais entrar num mundo desconhecido e perigoso..."
O Guerreiro olha para a coluna do Desejo, e ali está escrito: " tu vais sair de úm mundo conhecido, onde estão guardadas as coisas que sempre quiseste, e pelas quais lutaste tanto".

O Guerreiro sorri - porque não existe nada que o assuste, e nada que o prenda. Com a segurança de quem sabe o que quer, abre a porta.»

Paulo Coelho
Gostava de ser uma Guerreira da Luz...
Bárbara de Sotto e Freire

Estou que não me entendo...

Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim
Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje não me recomendo
(...)
Hoje não me recomendo

Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim

Rui Veloso / Carlos Tê

Bárbara de Sotto e Freire

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Pérolas olímpicas ou muro das lamentações?!

Apesar das medalhas, dos pontos e das conquistas, há sempre um lado polémico dos Jogos Olímpicos, divulgado pelos jornais, e muito comentado na comunidade: as famosas declarações polémicas dos nossos atletas, entendidas por alguns como as desculpas para justificar os maus resultados.
Tentando ser isenta, passo a fazer algumas citações daquilo que li em alguns jornais.
A "caminha" de Marco Fortes terá sido uma das mais geniais respostas à má prestação portuguesa no "Ninho de Pássaro" de Pequim. Numa prova disputada de manhã bem cedo, o lançador de peso ficou longe do seu recorde. "De manhã, só é bom é na caminha". A frase de Fortes, que entretanto, segundo o próprio, foi "elegantemente" convidado a regressar mais cedo a Portugal, foi talvez aquela que se destacou do rol de desculpas que alguns dos atletas eliminados precocemente utilizaram para desculpar os resultados menos positivos.
Arnaldo Abrantes – atletismo, 200 m: “Entrar neste estádio cheio bloqueou-me um pouco (…) Foi bom ter apanhado aqui este banhozinho… esta tareiazinha e agora ir para casa descansar.”
Quem também ficou bloqueada, ao que parece, foi a égua de Miguel Ralão Duarte. “Quando entrei no recinto percebi logo que a égua estava com medo (…) A Oxallys tem uma grande capacidade atlética, mas com medo fica muito violenta (…) Ela entrou em histeria com medo do ecrã.”
Após a precoce eliminação nos 3000m obstáculos, Jessica Augusto chegou a equacionar desistir dos 5000m: “Agora vou de férias. Treinei para os 3000m obstáculos. Não vou aos 5000m. As africanas são fortes. Não vale a pena.” Posteriormente, recuou e acabou por participar na prova.
Curiosas foram também as declarações de Vânia Silva que, após ter conseguido um feito que milhares de atletas perseguem ao longo de penosos quatro anos, desculpou o seu 46.º lugar no lançamento do martelo com o facto de não estar habituada aos grandes palcos. "A única explicação é que, infelizmente, não sou muito dada a este tipo de competições", lamentou-se a atleta.
No judo, Telma Monteiro, a maior esperança numa medalha, depois de ter perdido na luta no tapete, revelou: "Não tivemos uma competição justa. Lutei um pouco contra os árbitros. Saí com vontade de rir. Pensei que estava a lutar contra quatro pessoas".
O colega João Pina foi mais longe. Queria uma medalha e terminou no 11.º lugar. Atirou-se aos árbitros e aos adversários asiáticos, sobre quem levantou suspeitas de não aparecerem nas outras grandes competições para "não serem controlados no doping" – “Muitas vezes esses países [asiáticos] não se mostram muito, não aparecem para não serem controlados no doping (…) Ás vezes há umas arbritagens mais tendenciosas e no judo dá para puxar mais para um lado sem dar nas vistas.”
Do tapete para o mar, Gustavo Lima ficou a apenas um ponto do terceiro lugar na Vela. A natural desilusão de quem lutava por uma medalha levou-o a declarar falta de apoios: “Continuar a ganhar 1000€ por mês não é suficiente para um atleta (…) Não tenho um SLB nem um FCP por trás (…) que me dêem as condições que necessito para velejar e ser um dos melhores do mundo.”

Bem, este é um “apanhado” do que os jornais contam que por Pequim se contou. Confesso que gostaria de tecer algumas criticas (negativas, quiçá), mas acho que seria injusto da minha parte, porque:
- Não acompanhei a par e passo os Jogos Olímpicos;
- Não percebo o suficiente de desporto para tecer críticas;
- Estaria a ser, talvez, um pouco injusta, pois: a) estas são declarações fora do seu contexto real; b) apesar de acreditar na isenção dos jornalistas, esta já seria uma critica à critica feita por alguém, que ouviu o atleta a dizer que… c) vamos esperar para ver o que se segue: os atletas estão a chegar a Portugal, e com certeza que irão ocorrer evoluções neste campo.
Olivier Girault, campeão da equipa francesa de andebol, antes do jogo com a Rússia, fez o seguinte comentário: “Quando queremos superar uma montanha, não entramos dentro dela, contornamo-la."
Aos atletas portugueses, apesar da desilusão da derrota, diria o mesmo…
Fontes: Jornal de Noticias, Jornal o Público, Jornal Destak

Bárbara de Sotto e Freire

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Beijing 2008 - o adeus

Os Jogos Olímpicos acabaram como começaram, com um grande e fantástico espectáculo, montado pelos chineses, para surpreender o mundo. Contudo, o regresso a casa só será realmente feliz para uma minoria de atletas, incluindo dois portugueses.
Finda a competição cabe-nos fazer o balanço das medalhas, resultados, expectativas e das histórias e comentários que por lá se dizem ter contado.
Nos dezasseis dias de competição pouco falhou em termos organizacionais e desportivos, cujos aspectos foram levados ao pormenor. A parte mais ocultada foram as polémicas inerentes aos direitos humanos.
Há três momentos que marcaram estes jogos. Desde logo o recorde de oito medalhas de ouro na mesma edição dos Jogos que foi estabelecido por Michael Phelps na fabulosa piscina olímpica (e lá se foram as sete medalhas de ouro de Mark Sptiz...); Usain Bolt vence os 100m na pista “o ninho de pássaro” e estabelece um recorde do mundo; finalmente, a subida dos chineses à liderança do medalheiro, à frente dos Estados Unidos, que merece igualmente ser destacada.
Já os objectivos portugueses (quatro medalhas e sessenta pontos) apesar de terem ficado longe de terem sido atingidos, permitiram que a participação portuguesa fosse considerada positiva.


Nélson Évora sagrou-se campeão do mundo em triplo salto, depois de 12 anos de “jejum” para o nosso país em campeões olímpicos.

Segue-se a medalha de prata para a nossa Vanessa Fernandes. A prata foi realmente uma vitória, face à estrondosa corrida da atleta Emma Snowsill. "Senti que ainda não tinha chegado o momento de me tornar campeã olímpica, mas a sensação de subir ao pódio no segundo lugar é fantástica. Quando acabei a prova, parecia que estava a sonhar", afirmou a vice-campeã olímpica, revelando que agora vai descansar um pouco para depois definir novos objectivos.
A atleta portuguesa Naide Gomes, grande favorita à medalha de ouro em salto em comprimento, falhou a final, ao conseguir apenas 6,29m num único salto válido. Foi tristemente surpreendente. Se repetisse os 7,12m que a tornaram marca mundial 2008, ganharia a final.
Já a judoca portuguesa, Telma Monteiro, vice-campeã mundial no judo, alcançou o mesmo nono lugar de há quatro anos atrás em Atenas. A judoca superou o primeiro “round” mas no segundo, o sonho olímpico terminou. Ainda havia a possibilidade do bronze, mas Telma não conseguiu superar a sua adversária espanhola.
Na vela, conseguimos uma amargo quarto lugar para Gustavo Lima e oitavo lugar para Álvaro Marinho/Miguel Nunes e Afonso Domingos/Bernardo Santos, resultados que ficam aquém dos objectivos propostos, apesar de serem boas marcas.
Surpresas (boas) foram:
Ana Cabecinha com um oitavo lugar e um recorde nacional nos 20kms de marcha;
A dupla de remo Nuno Mendes e Pedro Fraga também surpreendeu com a passagem ás meias-finais nas repescagens;
Vera Santos atingiu um recorde pessoal nos 20Kms de marcha;
António Pereira foi 11.º e bateu o recorde nacional dos 50 km marcha.
O que foi realmente triste?!
Francis Obikwelu ficou-se pelas meias-finais dos 100 metros e Susana Feitor desistiu na quinta participação olímpica na marcha.
A 19 de Agosto Vicente de Moura, presidente do Comité Olímpico Português (COP) pediu aos atletas lusos "brio e profissionalismo", num recado aos que tinham passado a semana anterior a justificar insucessos com frases impensadas e impensáveis (digo eu...ao que li), mas teve de lhe acrescentar, passadas menos de 24 horas, um precipitado anúncio de saída do cargo no fim do mandato, (depois dos resultados de Naide Gomes e Gustavo Lima).Contudo depois de Nélson Évora ter salvo a honra do convento português no triplo salto, com a primeira medalha de ouro olímpica conquistada em 12 anos, Vicente de Moura voltou atrás, dizendo que até poderá vir a continuar na presidência do COP.
Dá a entender que à tradição do tipico bom português, Vicente Moura foge das responsabilidade quando os resultados não lhe são de feição, mas quando estes até são promissores, regressa para conduzir o leme… Pode ter sido apenas um momento de desânimo (e desaire, já agora). Adiante.
Foram tristes alguns dos comentários, talvez descontextualizados, que saíram nos jornais, como as lamentações dos nossos atletas para alguns dos parcos resultados obtidos.
Contas feitas, Portugal acaba os Jogos de Pequim com o feito inédito de ter ganho uma medalha de ouro e outra de prata na mesma edição, mas também com a sensação amarga de que podia perfeitamente ter batido o máximo de três, conquistadas em Los Angeles 1984 (uma de ouro e duas de bronze) e Atenas 2004 (duas de prata e uma de bronze).
Contudo não podemos gozar do pessimismo que muitas vezes nos caracteriza. O balanço foi positivo, devemos pensar que os nossos atletas agiram com brio e profissionalismo (onde é que eu já ouvi isto?!) e que demos o nosso melhor. No nosso fado deve estar previsto que em 2012, seja com ou sem Vicente Moura, vamos conseguir mais e melhor. Acredito em Portugal e nos atletas portugueses (que patriotismo!), porque se há algo que a nossa história nos diz é que somos um povo de convicções fortes. Em 2012 vamos conseguir medalhas, pontos e recordes. Há que trabalhar!
Neste momento não vale a pena pensar que podíamos ter feito melhor. Talvez o pudéssemos ter feito. Talvez o estado pudesse ter investido mais dinheiro e facultado melhores condições aos nosso atletas. Talvez os nossos atletas pudessem ter evitado comentários que transpareceram uma imagem que não nos revela, de todo… Talvez…
Talvez em 2012 essas falhas sejam colmatadas, e não hajam “ses” ou “talvez” ou “mas”, nem desculpas. Em 2012, mais que tudo isso, existam medalhas para discutirmos.
Parabéns aos atletas portugueses, pois só o facto de terem estado em Pequim revela que são do melhor que há. Para que 2012 seja ainda melhor, e supere expectativas, votos de um bom trabalho!

Bárbara de Sotto e Freire

You are loved (Don't give up)

Há músicas que marcam a nossa vida. Momentos, dias, férias, pessoas. Há pessoas de quem eu me lembro pelas músicas preferidas. Há momentos que passei, que jamais esquecerei, (não só, mas também) pela música de fundo. E depois há aquela música. A nossa música. A minha e tua. [Não, não será agora, nem aqui, que irei confessar se tenho muitas, ou poucas, "músicas nossas" (também o muito e o pouco, depende da perspectiva....)].Há a música da nossa infância, a música do tempo de caloirada, a música que se ouve no carro. Há a música das festas populares, e a música da disco. Há a música que nos faz sonhar acordados, e a música que nos irrita. Há a música que nos remete a publicidade, outra que nos remete a determinados lugares... Há a música de cada um dos verões que passam... Há música para todos os gostos e feitios...
A música da nossa vida, essa sim é a melhor (ás vezes nem tanto, mas enfim), e a mais importante de todas, mas não é dela, que falo hoje.
Gosto de música, embora não tenha muitos conhecimentos na área, mas há alguns autores e intérpretes que marcaram a minha vida.
Gostaria hoje de citar Josh Groban, que desde há dois anos me acompanha, com a sua música, You are loved (Don't give up).
Sempre que oiço esta música pela manhã o dia corre-me bem. Esta é uma das músicas da minha vida. Faz-me sentir amada, mesmo sabendo que não o sou. Faz-me sentir forças, quando tenho vontade de desistir e baixar os braços. Esta música procura dentro de mim uma energia que muitas vezes não tenho, e sinto esgotada... Enfim, faz-me sentir que ainda há um longo caminho a percorrer e não possso desistir...
Poderei?!

It's just the weight of the world
When your heart's heavy
I, I will lift it for you
Don't give up
Because you want to be heard
If silence keeps you
I, I will break it for you
Everybody wants to be understood
Well I can hear you
Everybody wants to be loved
Don't give up
Because you are loved
Don't give up
It's just the hurt that you hide
When you're lost inside
I, I'll be there to find you
Don't give up
Because you want to burn bright
If darkness blinds you
I, I will shine to guide you
Everybody wants to be understood
Well I can hear you
Everybody wants to be loved
Don't give up
Because you are loved
You are loved
Aaaah
Don't give up
Its just the weight of the world (You are loved)
Don't give up
Everyone needs to be heard (Don't give up)
You are loved (You are loved - Don't give up).
- "You are loved"
- I'm I?
- "Don't give up."
- I will try...
Bárbara de Sotto e Freire