sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Desabafos - Fevereiro IV

Já só faltam 46 dias.
Ansiedade brutal.
Bárbara de Sotto e Freire

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Desabafos - Fevereiro III

«Não há que ser forte. Há que ser flexível.»
Provérbio Chinês
Bárbara de Sotto e Freire

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A vida num sonho

Quem me quiser há-de saber as concha
sa cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.

Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.

Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.

Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.

Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente -
Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.
Rosa Lobato de Faria
[20/Abril/1932 - 2/Fevereiro/2010]
Bárbara de Sotto e Freire

Desabafos - Fevereiro II

Faltam exactamente dois meses e um dia. Ou então... faltam exactamente dois meses.
Tudo depende da perspectiva.
Passou exactamente um ano e quatro meses. Sinto MUITO a vossa falta.
Bárbara de Sotto e Freire

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Infelizmente é assim, mas não me conformo


Aqui vai.
Talvez sem muitos rodeios, tiro certeiro, dedo na ferida.

Vivo em Argoncilhe não vai há muitos anos. Quatro, mais coisa menos coisa.
Árgoncilhe, ou Vila de Árgoncilhe?! Pois é, fiquei a saber há cerca de quinze dias que existem em Portugal dois locais distintos, nenhum deles Argoncilhe, mas Árgoncilhe, e Vila de Árgoncilhe, nenhum deles uma freguesia a constar no mapa dos senhores (ou do senhor que me atendeu) da Assistência em Viagem.
Adiante. Em Argoncilhe, Santa Maria da Feira, Aveiro. Aí mesmo.
Desde que aqui vivo tenho-me deparado com particularidades no mínimo caricatas, que nos últimos meses, me têm levado a uma certa irritabilidade, vá.
Começo pelos contentores do lixo. Quando para cá vim morar não haviam contentores do lixo na minha rua. Qual o meu espanto, num concelho evoluído, não existirem contentores do lixo. Eu já não digo ecopontos (existe um na rua principal - que é muito extensa). Falo de contentores do lixo! Em 2009, há alguns meses atrás, instalaram na minha rua alguns contentores do lixo. Eh, que felicidade, viva a evolução e a limpeza!
Gostaria ainda de falar de saneamento básico, da rede de esgotos, mas como gostaria que a leitura se tornasse aprazível, não vou deitar a escrita para esse campo.
Ou talvez dos cartazes e da publicidade que na altura das eleições ficam tempos infinitos pendurados na rotunda do Picoto - bem perto de minha casa.
Como estou a falar dessa rotunda, aproveito para falar de estradas. É que essa mesma rotunda anda em obras. Até aí, tudo bem. Mas as obras deixaram a rotunda completamente esburacada durante meses. O meu carro avariou na famosa rotunda. O meu e muitos outros. E só depois de meses de buracos e obras, em que na rotunda se tinha de conduzir em primeira, é que se lembraram de a asfaltar. Vá lá! Mesmo assim aquela sinalização é um espectáculo! Só por quem lá passa!
E quem passa de carro na Rua de S. Domingos - e transversais - passa por trabalhos! São buracos inesperados, remendos mal feitos, estradas provisoriamente cortadas, desvios feitos à pressão!
Ah, e no cruzamento da nacional para essa mesma rua, a de S. Domingos, há uns semáforos, que de quando em vez (frequentemente) avariam. E só voltam a funcionar passado uma semana, ou então... quando há um acidente.
E a última das últimas novidades! Numa das transversais da Rua S.Domingos, que é uma rua sem saída, e onde há um bloco de prédios, o condomínio pintou os lugares de estacionamento. Ideia de aplauso! Qual o meu espanto quando ontem vejo que nessa mesma estrada a Protecção Civil pôs o sinal de estacionamento proibido. É claro que se fosse um condomínio chique, nada disto acontecia. Mas enfim. Chegam aqui, espetam o sinal no meio do jardim e vão-se embora. Não deixam explicação na caixa de correio, nada. Nicles. Até pensam que vou estacionar o meu carro no meu quarto, que por acaso fica no primeiro andar de um bloco de prédios, dessa rua sem saída. Ora bolas! Mas o mais caricato é que nesta rua sem saída estão dois mamarrachos, vulgo carros, a cair de podres, desde que para cá vim morar, isto é, há já uns anitos. Esses mesmos veículos, em visível estado de degradação, ocupam dois lugares de estacionamento (pelos vistos, agora, proibido!), mas de cá ninguém os tira, nem a polícia, nem a protecção civil, nem a junta, nem a câmara, nem o diabo a sete. Ora bolas, bolas!
Estou farta destas políticas sem jeito nenhum, e destas regras que são feitas para serem obrigatoriamente quebradas.
E quando me perguntarem onde vivo, não vou dizer em Argoncilhe. Porque Argoncilhe não consta do mapa. Vivo entre algures e nenhures.
Vou emigrar para Jerusalém.
E talvez, nem aí.
Tenho dito.
Bárbara de Sotto e Freire

Desabafos - Fevereiro I

Estamos em Fevereiro e ainda não me deste a minha prenda de Natal.
Não sei o que pense, mas sei o que sinto.
Em estado de sítio. A precisar de mudar.
Bárbara de Sotto e Freire