terça-feira, 26 de agosto de 2008

Pérolas olímpicas ou muro das lamentações?!

Apesar das medalhas, dos pontos e das conquistas, há sempre um lado polémico dos Jogos Olímpicos, divulgado pelos jornais, e muito comentado na comunidade: as famosas declarações polémicas dos nossos atletas, entendidas por alguns como as desculpas para justificar os maus resultados.
Tentando ser isenta, passo a fazer algumas citações daquilo que li em alguns jornais.
A "caminha" de Marco Fortes terá sido uma das mais geniais respostas à má prestação portuguesa no "Ninho de Pássaro" de Pequim. Numa prova disputada de manhã bem cedo, o lançador de peso ficou longe do seu recorde. "De manhã, só é bom é na caminha". A frase de Fortes, que entretanto, segundo o próprio, foi "elegantemente" convidado a regressar mais cedo a Portugal, foi talvez aquela que se destacou do rol de desculpas que alguns dos atletas eliminados precocemente utilizaram para desculpar os resultados menos positivos.
Arnaldo Abrantes – atletismo, 200 m: “Entrar neste estádio cheio bloqueou-me um pouco (…) Foi bom ter apanhado aqui este banhozinho… esta tareiazinha e agora ir para casa descansar.”
Quem também ficou bloqueada, ao que parece, foi a égua de Miguel Ralão Duarte. “Quando entrei no recinto percebi logo que a égua estava com medo (…) A Oxallys tem uma grande capacidade atlética, mas com medo fica muito violenta (…) Ela entrou em histeria com medo do ecrã.”
Após a precoce eliminação nos 3000m obstáculos, Jessica Augusto chegou a equacionar desistir dos 5000m: “Agora vou de férias. Treinei para os 3000m obstáculos. Não vou aos 5000m. As africanas são fortes. Não vale a pena.” Posteriormente, recuou e acabou por participar na prova.
Curiosas foram também as declarações de Vânia Silva que, após ter conseguido um feito que milhares de atletas perseguem ao longo de penosos quatro anos, desculpou o seu 46.º lugar no lançamento do martelo com o facto de não estar habituada aos grandes palcos. "A única explicação é que, infelizmente, não sou muito dada a este tipo de competições", lamentou-se a atleta.
No judo, Telma Monteiro, a maior esperança numa medalha, depois de ter perdido na luta no tapete, revelou: "Não tivemos uma competição justa. Lutei um pouco contra os árbitros. Saí com vontade de rir. Pensei que estava a lutar contra quatro pessoas".
O colega João Pina foi mais longe. Queria uma medalha e terminou no 11.º lugar. Atirou-se aos árbitros e aos adversários asiáticos, sobre quem levantou suspeitas de não aparecerem nas outras grandes competições para "não serem controlados no doping" – “Muitas vezes esses países [asiáticos] não se mostram muito, não aparecem para não serem controlados no doping (…) Ás vezes há umas arbritagens mais tendenciosas e no judo dá para puxar mais para um lado sem dar nas vistas.”
Do tapete para o mar, Gustavo Lima ficou a apenas um ponto do terceiro lugar na Vela. A natural desilusão de quem lutava por uma medalha levou-o a declarar falta de apoios: “Continuar a ganhar 1000€ por mês não é suficiente para um atleta (…) Não tenho um SLB nem um FCP por trás (…) que me dêem as condições que necessito para velejar e ser um dos melhores do mundo.”

Bem, este é um “apanhado” do que os jornais contam que por Pequim se contou. Confesso que gostaria de tecer algumas criticas (negativas, quiçá), mas acho que seria injusto da minha parte, porque:
- Não acompanhei a par e passo os Jogos Olímpicos;
- Não percebo o suficiente de desporto para tecer críticas;
- Estaria a ser, talvez, um pouco injusta, pois: a) estas são declarações fora do seu contexto real; b) apesar de acreditar na isenção dos jornalistas, esta já seria uma critica à critica feita por alguém, que ouviu o atleta a dizer que… c) vamos esperar para ver o que se segue: os atletas estão a chegar a Portugal, e com certeza que irão ocorrer evoluções neste campo.
Olivier Girault, campeão da equipa francesa de andebol, antes do jogo com a Rússia, fez o seguinte comentário: “Quando queremos superar uma montanha, não entramos dentro dela, contornamo-la."
Aos atletas portugueses, apesar da desilusão da derrota, diria o mesmo…
Fontes: Jornal de Noticias, Jornal o Público, Jornal Destak

Bárbara de Sotto e Freire

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Beijing 2008 - o adeus

Os Jogos Olímpicos acabaram como começaram, com um grande e fantástico espectáculo, montado pelos chineses, para surpreender o mundo. Contudo, o regresso a casa só será realmente feliz para uma minoria de atletas, incluindo dois portugueses.
Finda a competição cabe-nos fazer o balanço das medalhas, resultados, expectativas e das histórias e comentários que por lá se dizem ter contado.
Nos dezasseis dias de competição pouco falhou em termos organizacionais e desportivos, cujos aspectos foram levados ao pormenor. A parte mais ocultada foram as polémicas inerentes aos direitos humanos.
Há três momentos que marcaram estes jogos. Desde logo o recorde de oito medalhas de ouro na mesma edição dos Jogos que foi estabelecido por Michael Phelps na fabulosa piscina olímpica (e lá se foram as sete medalhas de ouro de Mark Sptiz...); Usain Bolt vence os 100m na pista “o ninho de pássaro” e estabelece um recorde do mundo; finalmente, a subida dos chineses à liderança do medalheiro, à frente dos Estados Unidos, que merece igualmente ser destacada.
Já os objectivos portugueses (quatro medalhas e sessenta pontos) apesar de terem ficado longe de terem sido atingidos, permitiram que a participação portuguesa fosse considerada positiva.


Nélson Évora sagrou-se campeão do mundo em triplo salto, depois de 12 anos de “jejum” para o nosso país em campeões olímpicos.

Segue-se a medalha de prata para a nossa Vanessa Fernandes. A prata foi realmente uma vitória, face à estrondosa corrida da atleta Emma Snowsill. "Senti que ainda não tinha chegado o momento de me tornar campeã olímpica, mas a sensação de subir ao pódio no segundo lugar é fantástica. Quando acabei a prova, parecia que estava a sonhar", afirmou a vice-campeã olímpica, revelando que agora vai descansar um pouco para depois definir novos objectivos.
A atleta portuguesa Naide Gomes, grande favorita à medalha de ouro em salto em comprimento, falhou a final, ao conseguir apenas 6,29m num único salto válido. Foi tristemente surpreendente. Se repetisse os 7,12m que a tornaram marca mundial 2008, ganharia a final.
Já a judoca portuguesa, Telma Monteiro, vice-campeã mundial no judo, alcançou o mesmo nono lugar de há quatro anos atrás em Atenas. A judoca superou o primeiro “round” mas no segundo, o sonho olímpico terminou. Ainda havia a possibilidade do bronze, mas Telma não conseguiu superar a sua adversária espanhola.
Na vela, conseguimos uma amargo quarto lugar para Gustavo Lima e oitavo lugar para Álvaro Marinho/Miguel Nunes e Afonso Domingos/Bernardo Santos, resultados que ficam aquém dos objectivos propostos, apesar de serem boas marcas.
Surpresas (boas) foram:
Ana Cabecinha com um oitavo lugar e um recorde nacional nos 20kms de marcha;
A dupla de remo Nuno Mendes e Pedro Fraga também surpreendeu com a passagem ás meias-finais nas repescagens;
Vera Santos atingiu um recorde pessoal nos 20Kms de marcha;
António Pereira foi 11.º e bateu o recorde nacional dos 50 km marcha.
O que foi realmente triste?!
Francis Obikwelu ficou-se pelas meias-finais dos 100 metros e Susana Feitor desistiu na quinta participação olímpica na marcha.
A 19 de Agosto Vicente de Moura, presidente do Comité Olímpico Português (COP) pediu aos atletas lusos "brio e profissionalismo", num recado aos que tinham passado a semana anterior a justificar insucessos com frases impensadas e impensáveis (digo eu...ao que li), mas teve de lhe acrescentar, passadas menos de 24 horas, um precipitado anúncio de saída do cargo no fim do mandato, (depois dos resultados de Naide Gomes e Gustavo Lima).Contudo depois de Nélson Évora ter salvo a honra do convento português no triplo salto, com a primeira medalha de ouro olímpica conquistada em 12 anos, Vicente de Moura voltou atrás, dizendo que até poderá vir a continuar na presidência do COP.
Dá a entender que à tradição do tipico bom português, Vicente Moura foge das responsabilidade quando os resultados não lhe são de feição, mas quando estes até são promissores, regressa para conduzir o leme… Pode ter sido apenas um momento de desânimo (e desaire, já agora). Adiante.
Foram tristes alguns dos comentários, talvez descontextualizados, que saíram nos jornais, como as lamentações dos nossos atletas para alguns dos parcos resultados obtidos.
Contas feitas, Portugal acaba os Jogos de Pequim com o feito inédito de ter ganho uma medalha de ouro e outra de prata na mesma edição, mas também com a sensação amarga de que podia perfeitamente ter batido o máximo de três, conquistadas em Los Angeles 1984 (uma de ouro e duas de bronze) e Atenas 2004 (duas de prata e uma de bronze).
Contudo não podemos gozar do pessimismo que muitas vezes nos caracteriza. O balanço foi positivo, devemos pensar que os nossos atletas agiram com brio e profissionalismo (onde é que eu já ouvi isto?!) e que demos o nosso melhor. No nosso fado deve estar previsto que em 2012, seja com ou sem Vicente Moura, vamos conseguir mais e melhor. Acredito em Portugal e nos atletas portugueses (que patriotismo!), porque se há algo que a nossa história nos diz é que somos um povo de convicções fortes. Em 2012 vamos conseguir medalhas, pontos e recordes. Há que trabalhar!
Neste momento não vale a pena pensar que podíamos ter feito melhor. Talvez o pudéssemos ter feito. Talvez o estado pudesse ter investido mais dinheiro e facultado melhores condições aos nosso atletas. Talvez os nossos atletas pudessem ter evitado comentários que transpareceram uma imagem que não nos revela, de todo… Talvez…
Talvez em 2012 essas falhas sejam colmatadas, e não hajam “ses” ou “talvez” ou “mas”, nem desculpas. Em 2012, mais que tudo isso, existam medalhas para discutirmos.
Parabéns aos atletas portugueses, pois só o facto de terem estado em Pequim revela que são do melhor que há. Para que 2012 seja ainda melhor, e supere expectativas, votos de um bom trabalho!

Bárbara de Sotto e Freire

You are loved (Don't give up)

Há músicas que marcam a nossa vida. Momentos, dias, férias, pessoas. Há pessoas de quem eu me lembro pelas músicas preferidas. Há momentos que passei, que jamais esquecerei, (não só, mas também) pela música de fundo. E depois há aquela música. A nossa música. A minha e tua. [Não, não será agora, nem aqui, que irei confessar se tenho muitas, ou poucas, "músicas nossas" (também o muito e o pouco, depende da perspectiva....)].Há a música da nossa infância, a música do tempo de caloirada, a música que se ouve no carro. Há a música das festas populares, e a música da disco. Há a música que nos faz sonhar acordados, e a música que nos irrita. Há a música que nos remete a publicidade, outra que nos remete a determinados lugares... Há a música de cada um dos verões que passam... Há música para todos os gostos e feitios...
A música da nossa vida, essa sim é a melhor (ás vezes nem tanto, mas enfim), e a mais importante de todas, mas não é dela, que falo hoje.
Gosto de música, embora não tenha muitos conhecimentos na área, mas há alguns autores e intérpretes que marcaram a minha vida.
Gostaria hoje de citar Josh Groban, que desde há dois anos me acompanha, com a sua música, You are loved (Don't give up).
Sempre que oiço esta música pela manhã o dia corre-me bem. Esta é uma das músicas da minha vida. Faz-me sentir amada, mesmo sabendo que não o sou. Faz-me sentir forças, quando tenho vontade de desistir e baixar os braços. Esta música procura dentro de mim uma energia que muitas vezes não tenho, e sinto esgotada... Enfim, faz-me sentir que ainda há um longo caminho a percorrer e não possso desistir...
Poderei?!

It's just the weight of the world
When your heart's heavy
I, I will lift it for you
Don't give up
Because you want to be heard
If silence keeps you
I, I will break it for you
Everybody wants to be understood
Well I can hear you
Everybody wants to be loved
Don't give up
Because you are loved
Don't give up
It's just the hurt that you hide
When you're lost inside
I, I'll be there to find you
Don't give up
Because you want to burn bright
If darkness blinds you
I, I will shine to guide you
Everybody wants to be understood
Well I can hear you
Everybody wants to be loved
Don't give up
Because you are loved
You are loved
Aaaah
Don't give up
Its just the weight of the world (You are loved)
Don't give up
Everyone needs to be heard (Don't give up)
You are loved (You are loved - Don't give up).
- "You are loved"
- I'm I?
- "Don't give up."
- I will try...
Bárbara de Sotto e Freire

Cântico Negro

Cântico Negro é o poema em que me revejo, e em que me consigo descrever.
De José régio, romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, nascido em Vila do Conde em 1901, Cântico Negro é um poema que (me) descobri, por indicação de um amigo há uns anos atrás, e que "me persegue" (o poema, não o amigo, :)).
Partilho-o hoje.
«"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?


Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.


Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.


Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!»
Bárbara de Sotto e Freire

domingo, 24 de agosto de 2008

Dormil mal e implicações na saúde - Um estudo científico


Investigadores da Universidade de Duke, EUA, concluíram que problemas em iniciar ou em manter o sono estão associados a stress psicológico, aumento dos níveis de marcadores biológicos, e indicam maior risco de doenças cardíacas e diabetes tipo II.
O estudo foi publicado na revista "Brain, Behaviour and Immunity", e a informação foi também divulgada pela BBC.

Neste estudo foram analisaram-se questionários de 210 homens e mulheres me meia-idade, sem doenças conhecidas, sem histórico de distúrbios do sono, que não utilizavam medicamentos de forma regular e não fumadores.
Além dos aspectos relacionados com o sono, foram analisados aspectos como níveis de depressão, raiva e hostilidade; foram também feitas análises sanguíneas, nas quais foram observados os indicadores biológicos associados ao aumento de doenças cardiovasculares e diabetes (nível de insulina, glicose, fibrinogénio, Interleucina-6 e proteína C reactiva).
Cerca de 40% dos homens e mulheres participantes no estudo apresentaram problemas com o sono - dificuldade em adormecer (demorando mais de 30 min), ou acordando frequentemente durante a noite. Embora os problemas fossem semelhantes, os resultados dos exames médicos demonstraram que os efeitos da falta de sono nas mulheres eram mais nocivos. Segundo Suarez, «Concluímos que, nas mulheres, o sono de má qualidade está fortemente associado ao alto nível de stress psicológico e aumento dos sentimentos de hostilidade, depressão e raiva. Em contraste, esses sentimentos não foram associados com o mesmo nível de distúrbios do sono nos homens». Segundo a BBC, as mulheres que tinham mais distúrbios do sono, apresentaram também níveis mais altos dos biomarcadores analisados.
«O estudo sugere que o sono de má qualidade, medido pelo tempo total de sono, grau de profundidade e, mais importante, pelo tempo que se leva a adormecer, pode ter consequências mais sérias para a saúde da mulher do que para a saúde do homem», disse Edward Suarez, professor associado do Departamento de Psiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade de Duke e principal autor do estudo.
Demorar mais de meia hora a adormecer, acordar várias vezes por noite e dormir poucas horas são padrões de risco para as referidas doenças.Pensa-se que que a diferença se pode dever a variações na produção de serotonina, melatonina e triptofano, que regulam funções como o sono, o humor e a resistência à insulina.
Tudo vem confirmar a sabedoria popular: dormir bem é fundamental para a nossa saúde física e psíquica.
Já agora... 1 em cada 5 portugueses sofre de perturbação do sono... é preocupante. Sobretudo quando sabemos o impacto que isso terá no individuo e na sua vida.
Bem...vou dormir!

Bárbara de Sotto e Freire



Passeio virtual

Depois de ler uma das minhas revistas mensais (não, não é revista cor de rosa!), segui o conselho e resolvi visitar algumas lojas on-line.

Segui então para a Exclusive Roots, uma loja baseada em produtos étnicos, alguns deles feitos de material reciclado, cujos fundos revertem para o desenvolvimento social e económico de algumas comunidades africanas.
Vale a pena, pelo menos, visitar. Na minha opinião os produtos são de muito bom gosto, sobretudo as malas... e o objectivo para o qual esta loja foi criada, é no mínimo, algo em que deveríamos pensar...

Também dei uma vista de olhos na loja on-line da Fundação de Serralves. O estilo, quer do site, quer dos produtos apresentados, é totalmente diferente do acima indicado, mas tem peças que deliciam a vista, só não deliciam a carteira! São vastos os acessórios de moda que lá se encontram ("jóias", carteiras, t-shirts de edição limitada, entre outros) e claro, uma enorme gama de acessórios de decoração... Para quem não vai ao Jardim de Serralves usufruir dos fantásticos jardins e exposições, entre as outras maravilhas que lá se encontram, vá pelo menos dar uma espreitadela a esta loja (já agora, ao adquirir produtos Serralves, está a ajudar a Fundação para o seu projecto cultural e das suas actividades).

Deliciei-me com este passeio!
Bárbara de Sotto e Freire

"Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,

Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas. "

Pablo Neruda
Bárbara de Sotto e Freire

Tabacaria

Fernando Pessoa foi dos mais, senão o mais, ilustre poeta da nossa história.
Tenho agendado um post sobre esta figura da nossa literatura, mas não será esta a altura ideal...
Sobretudo com os seus heterónimos, consegue materializar, em palavras, tudo aquilo que eu sinto, vivo, e gostaria de transmitir. Por isso cá vai um dos meus mais favoritos poemas - Tabacaria, de Álvaro de Campos (de forma adaptada).
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real,
Certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido
...
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, para o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas.
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu."
Bárbara de Sotto e Freire

Ponto de situação...

Talvez digam que sou sentimentalista, tenha baixa auto-estima, tenha a mania da perseguição. Talvez digam que sou tudo isso, ou ainda muito mais.
Contudo a verdade é que sempre que vou a um jantar, ao qual se segue uma saída, venho para casa deprimida, com uma solidão imensa, devastada pelos meus pensamentos.
E hoje não foi excepção.
Sou caseirita, e não sou muito de sair à noite. Não que não goste, mas confesso não ter um grupo de amigos estabelecido com os quais vá dar um pezinho de dança, ou beber um café ao sábado à noite. Por isso estas saídas são muito pontuais.
Hoje celebrou-se o primeiro aniversário do call center OH Ferreira Dias, e para o efeito vai um jantar.
Bom ambiente, música sempre a rolar, e depois do jantar o que rolaram foram pernas e braços, na sala... Também eu dancei! Socializei!:) Fiz algo que está fora dos meus parâmetros normais, mas que confesso, me soube muito bem. Dançar... deixar-me levar pelo som da música, e nem que estivesse a dançar mal... deixar-me ir na onda...
Mas, há algo que não bate certo. Esta melancolia, este peso que carrego dentro de mim, este bater brando de coração agoniado.
Sinto-me simultaneamente absorvida pelo meu trabalho, entusiasmada com o mesmo, envolvida com projectos profissionais com os quais me identifico em absoluto, mas... deprimida, só...
Pergunto-me a mim mesma o que se passa, e sinto um marasmo de ideias a refluirem na minha cabeça, questões, memórias, cansaços, arrependimentos, promessas que não cumpri... saudades...
Prometi a mim mesma que nunca mais iria prometer nada...:)

Como já disse anteriormente, trabalho numa empresa sólida, com uma equipa coesa.
Tento ser cada dia melhor, tento dar sempre mais, esforço-me cada dia mais, não só para corresponder aos objectivos que me são propostos, mas para me superar a mim mesma. Quero ser melhor que eu mesma no dia anterior. Quero crescer, aprender com os erros, sacrificar-me para isso, se for necessário... Quero abster-me de comentários interpessoais, para crescer como ser humano. Não quero julgar antes de ouvir. Não quero partir de pressupostos, para que os pressupostos não me partam a mim (esta frase é tua, SM!).Quero sempre mais e mais e mais. Tenho metas, objectivos, números e pessoas que tenho de atingir e não poderei decepcionar. Não me poderei decepcionar a mim mesma... Quero chegar à noite e deitar-me com a consciência tranquila.
Mas este querer sempre mais e melhor, este exigir de mim, por vezes torna-se dificil de gerir. Torna-se dificil para mim e para os outros.
As metas que me proponho, e que me propõem, exigem sacrificio e dedicação. Tempo. Audácia. Maturidade. Nitidez de espirito. Consciência e inteligência. Capacidade de gestão, de tempo de esforços, de meios. Impedem e não admitem falhas.

Serei capaz?!
Estarei à altura deste desafio?!

Tentarei não me deixar levar por este aperto que tanto me incomoda, por esta solidão que me esconde. Mas não prometo.

Porquê? Prometi a mim mesma que nunca mais iria prometer nada...:)

Noite. Descanso. Solidão. Mergulho. Ausência. Vazio.

Bárbara de Sotto e Freire

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Optimus Home a fazer história

Em Setembro de 1998 a Optimus entrou no mercado, revolucionando o sector das telecomunicações.

Em apenas cinco semanas, as primeiras, atinge objectivos jamais alcançados por outras operadoras móveis que já estavam no mercado: nada menos que 100 mil clientes.

Sempre apostando, na qualidade e na inovação, a Optimus, veio dinamizar o mercado das telecomunicações móveis.


Desde o seu lançamento que as novidades surgem a cada passo, quer a nível de tecnologia, quer a nível de serviços.

Mas é em 2004 que a Optimus surpreende tudo e todos com o lançamento do Optimus Home, um (diria "o") serviço de rede fixa, sem assinatura mensal, um serviço inédito a nível mundial. Sob o parecer da Anacom: "... esta oferta deve ser considerada uma alternativa ao tradicional serviço de telefonia fixa do ponto de vista do consumidor, contribuindo para o seu benefício...". Depois de um árduo caminho inicial, em que muitos obstáculos e dificuldades foram colocados, o Optimus Home veio tornar-se um sucesso pela poupança (entre muitas outras vantagens) que representa como serviço de voz fixa.
Ao fim de 1 ano de comercialização foram mais de 100000 as famílias portuguesas que deixaram de pagar a assinatura mensal!


Em 2005, para além do reposicionamento das estratégias de mercado, a Optimus lança o Kanguru, o serviço de internet de banda larga móvel.

Depois da sua modernização em 2006, em 2007, a Optimus consolida a sua posição no mercado: liderança do mercado móvel, pioneira do Kanguru, e solidificação da posição do Optimus Home, como a principal alternativa do mercado de voz fixa.



O Optimus Home assenta na rede GSM da Optimus, e tem uma cobertura de 99% do território nacional. O serviço representa poupança - não paga assinatura mensal; simplicidade - apresenta um tarifário para a rede fixa de 0,05€ e um outro para chamadas móveis de 0,30€; e comodidade - a própria operadora, Optimus Home, trata da desactivação da linha da PT e do processo de portabilidade (os clientes ficam como mesmo número fixo), se assim o pretenderem. O serviço assegura ainda uma numeração fixa regional, que garante ao utilizador um indicativo coincidente com a sua zona de residência, pelo que as chamadas recebidas num terminal Optimus Home são tarifadas sempre dessa forma (enquanto chamadas para a rede fixa), não obstante a rede ser em parte assegurada por GSM. O Optimus Home permite ao utilizador optar por um modelo de pagamento pré-pago ou pós-pago. No primeiro caso o utilizador fica obrigado a carregamentos mínimos de 25 euros de dois em dois meses, no segundo a um pacote de chamadas mensal de 12,5 €.


Um estudo divulgado em Fevereiro de 2006 pela Deco Proteste revela que o Optimus Home é a opção mais barata nas comunicações de voz. Embora não tenha as chamadas mais baratas do mercado, a opção Optimus Home ganha pontos pelo facto de não exigir o pagamento de uma assinatura. Os 12,50€ mensais são convertíveis em chamadas, ao contrário da grande maioria da oferta concorrente.

Poupança, simplicidade, comodidade...

Continuamos na linha da frente, e há um ano atrás, a 20 de Agosto de 2007, foi aberto o call center Ferreira Dias.

Foi lançado a 22 de Agosto de 2008, o serviço Kanguru pré-pago...

Sempre a prosperar, ou não fosse um serviço Optimus em preço e em qualidade!

Neste momento o Optimus Home tem um pacote de chamadas em vigor até 30 de Setembro de 9,99€. São 1000 minutos de conversação para rede fixa nacional que esse valor permite...

E tu, não queres poupar? Tens telefone fixo e ainda pagas assinatura mensal? Não tens telefone fixo?! Compra já o OH, e se vives na área do grande Porto dispomos de um serviço personalizado em que o técnico vai a tua casa, instala o telefone e nós tratamos de tudo...!Mais que isto, só na Optimus!

Casa + Telefone - Assinatura = Optimus Home

Bárbara de Sotto e Freire,

na comemoração do 1º aniversário do call center OH Ferreira Dias

Parabéns Optimus Home



No passado dia 20 de Agosto de 2007 nascia o call center do Optimus Home Ferreira Dias.
Uns dias antes, o Hotel Bessa recebia a nossa formação. A primeira.
Desde então, passou um ano, (sim um ano!), e com ele, muitos sorrisos, desesperos, muitas vendas, activações, novas campanhas, e sobretudo, neste último ano, passaram muitas pessoas, simplesmente espectaculares, pela minha vida.
Como diz a We Team, "esta é a equipa dos que estão, dos que foram, e dos que hão-de vir"...
Fez ontem um ano, e os nervos estavam à flor da pele. Lembro-me de descer do metro e ficar a olhar para o mapa para ver se encontrava a rua do meu trabalho. Sim, eu tinha um trabalho! Lá dei com a rua, mas o mais difícil foi encontrar o Aviz... Lá o encontrei. A operação iniciou-se com as indicações do coordenador e dos CE's, e com algumas vendas fechadas, ao fim de quatro horas de trabalho.
Tinha com muita energia, muita vontade, muita paciência.

Pertencia à fantástica equipa da noite, e antes de começarmos a trabalhar, durante muito tempo fizemos a "reza"... Iniciada pelo Ricardo Vila Verde, continuada pelo Miguel (muitas saudades tuas)...

O ambiente do nosso call center sempre se manteve, embora nos últimos tempos tenha estado um pouco mais "fraquinho" (menos pessoas), com um bom espírito de equipa, com sorrisos, e sobretudo com muito barulho. Quando há muito barulho, é sinal de que as pessoas estão entusiasmadas, é sinal de que estão a conversar com potenciais clientes, é sinal de que se fecham vendas.
O projecto inicial era de Outbound Home, e os objectivos propostos pela Optimus para o nosso call center foram atingidos. Vendemos em quantidade e com qualidade.
Seguiu-se então (em Dezembro de 2007) o projecto de Inbound, a operar no mesmo call center. Inbound de Optimus Home, que se veio a alargar também a Kanguru.
Na mesma altura surge o Tec_Home, um projecto piloto em que o telefone é entregue pessoalmente na casa do cliente por um técnico do Optimus Home, é activado no momento, toda a documentação é preenchida, e qualquer questão que o cliente tenha também pode ser esclarecida.
Todos esses mesmos projectos têm vindo a crescer. Sobretudo projectos piloto: taxa de devolução, cross_contact, quiosques, campanha Tele2, algumas campanhas associadas ao Tec, e muitas outras das quais não me estou a lembrar.
Pessoalmente, passei das vendas para o Follow-up em Outubro de 2007.Desde Dezembro que me dedico, neste momento em exclusividade, ao projecto Tec_Home.
Um ano desde então!

Um ano, em que vi muitos colegas a saírem porta fora com a tristeza estampada nos olhos, por não terem atingido os objectivos estipulados.
Um ano em que também vi muitos sorrisos, por bons incentivos, e por amizades que se criaram numa equipa unida e coesa.
Um ano em que falei com milhares (sim, milhares) de clientes, e em que um call center, o nosso, atingiu as 15000 activações. No Tec já temos mais de 1000 instalações.
Um ano em que me decepcionei com poucas pessoas, e fiquei agradavelmente surpreendida com muitas mais.
Um ano que passou rápido, para a família Optimus Home.

Jamais me esquecerei:
- do Vítor, que me deu formação, e com quem aprendi muito, tarefas importantes e urgentes. Ahhhhhhhhhh!
- da Diamantina que se tenta mostrar implacável, mas é um doce;
- do Ricardo Amorim, que surpreende tudo e todos, quando aparece com ar de quem dormiu pouco, mas mesmo assim dinamiza e ensina; não te esqueças da responsabilidade de seres meu padrinho:)!;
- do Rogério, o meu chefe de sempre, pela calma e sensatez com que tenta gerir as situações menos nos fáceis. Tratas-me muito bem!
- da Verónica, a menina que encanta, chama a música, e chama vendas, e que adoro (também) pela boa-disposição;
- do Bruno, pelo mau feitio com que me trata (!), e pelas dicas que me dá, de quando em vez...;
- da Inês, pela doçura do olhar, e pela paz que transmite. Gosto da tua energia-positiva!;
- da Rosa, a nossa pitbull (:)), a quem adoro pela cultura, conhecimentos, boa-disposição, e... por tudo...
- do Miguel, pelos conselhos sensatos, pela forma como sabes vender, pela confiança que depositas, e por seres a (boa) revelação do ano;
- da Cláudia, pela energia, e optimismo;
- do Nuno, pelo olhar carinhoso... Gosto de ser Zázá...;
- do Sérgio, pelo racionalismo com que trata das situações, pela boa-disposição, e por me estares sempre a mandar embora depois das 20h (que chato!);
- do Ricardo Vila Verde, pela pessoa que é, pela boa-disposição, pela experiência comercial, e pela "reza";
- do Miguel - sei que já não és CE no OH, mas mesmo assim, não poderia deixar de te referir. Não te esquecerei pela reza, pela pergunta diária: "quando vais à faculdade?", e pela célebre frase: "em Carrazeda de Baixo?! Se há rede?! É o sitio onde há mais rede!".
- da equipa de gestão pelo facto de exigirem sempre mais (sim, isto é positivo)... pelo profissionalismo, pela competência, e pelo facto de fazerem passar a mensagem de que somos EQUIPA;
- dos meus colegas de Fup: Cláudio (I miss You), Carla (gosto do teu humor), Zé (aprecio a tua calma), Ana (os teus sapatos da Aldo...!), e a mais recente aquisição Luís (quando dizes que sou a deusa, já ganhei o dia!)... a todos, por me terem de aturar todos os dias... têm de ser mesmo muito pacientes!;
- dos técnicos, Joel, Pedro, Rafael e Ricardo... eu sei que ás vezes as rotas não são as melhores...
- de toda equipa de vendas Outbound: Lara, Teresa, Estrela, Liliana, Ana, Mónica, Nuno, Bruno, Jukarl, Falco, a toda a equipa Tec (não me queria esquecer de ninguém...), pela boa qualidade das vendas, e pela simpatia, cordialidade e carinho com que me tratam. A todos os que passaram pelo OH, e de certa forma também me ensinaram algo, um forte abraço;
- de toda equipa de Indound: Maria Eduarda, Eva, Boda, Hugo Ramalho, Pedro, Juliana, Liliana, ..., a todos, mas todos, jamais me esquecerei pela simpatia e boa-disposição.
- de todos dos que me estou a esquecer e que contribuíram e contribuem para o crescimento do Optimus Home, o meu reconhecimento.

A todos vocês, ao call center do Optimus Home, são a melhor coisa que me aconteceu.

Vamos prosperar, crescer e vender.
As nossas metas, segundo as indicações dadas hoje (data do jantar de festejo do aniversário, 23 de Agosto) por um dos nossos coordenadores, são:
* produtividade diária de Outbound: 0,45, o que equivale a cerca de 2 a 3 telefones por dia por cada vendedor;
* taxa de quebra no follow-up: 15%;
* taxa de concretização de inbound: 35%;
* número de entregas diárias por técnico: 7.
Somos o melhor call center do Optimus Home no país: vendemos em quantidade, e o que vendemos, vendemos bem. Temos de o continuar a fazer, agora com metas ainda mais arrojadas.

Vender Homes (e Kanguru's, já agora), espalhar poupança, e espelhar sorrisos.
Contem comigo, para cumprirmos mais um ano de objectivos árduos, mas possíveis!

Continuem Optimus, com o Optimus Home!

Bárbara de Sotto e Freire
Nota: Este post foi escrito entre os dias 20 e 23 de Agosto de 2008.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Acreditar

Desde há já alguns meses que frequento as salas de cinema. Passei mais de dois anos sem me sentar em frente ao grande écran, sentia saudades de reviver a minha vida nas histórias dos outros, sentia saudades de me sentir a sós com a minha própria solidão, e no fundo acho que me dou a esse pequeno luxo de quando em vez, que cada vez é mais frequente.
Comecei com "Nunca é tarde de mais", depois foi "Sexo e a cidade", "Loucuras em Las Vegas", "Um belo par de patins", "Houdini - o último grande mágico", "Padrinho mas pouco", e mais recentemente, "Ficheiros secretos - quero acreditar" e "O panda do Kung Fu".
De todos os filmes trago lágrimas, sorrisos, imagens que já vivi na minha vida (não de forma tão glamourosa e requintada, obviamente), mas sobretudo lições. Algumas das quais já devia ter aprendido, mas no fundo são reforçadas, outras que descubro, e que, no fundo, me ensinam a crescer, a ser melhor, e a lidar melhor comigo mesma, com os meus medos e fantasmas, e a tirar mais proveito da vida. Lições que me ensinam a fazer os outros felizes, o que, surpreendentemente, me faz sentir feliz...
Bem. Mas já me sinto a divagar.
Este post vem mesmo no seguimento do colocado ontem - o que será que há de comum entre o filme "Ficheiros secretos" e o "Panda do Kung Fu"?!
O primeiro, um filme que é o culminar de uma série, que cativou milhares de fãs ao pequeno écran, devido não só ás fantásticas histórias, mas também à espectacular produção que cada capitulo encerrava. Seis anos após esta série surge então este filme, em que, depois dos X-files terem sido encerrados, e de Fox e Scully estarem a viver juntos (já agora, Scully exerce medicina e Fox goza de "férias forçadas"), ocorre uma chacina de mulheres, e uma das agentes desaparece... Mulder regressa ao FBI, por forma a tentar ajudar a encontrar a agente desaparecida e a desvendar este mistério, uma vez que temos um padre com poderes paranormais (como não poderia deixar de ser), e só Mulder saberá lidar com ele. Scully também regressa ao FBI, mas rapidamente se afasta deste caso, pois considera que esta será aquilo a que chama a "escuridão da sua vida". Mas não pretendo fazer a sinopse do filme. É nesta altura do filme, que o padre diz a Scully, numa frase, que pode parecer sem contexto, "Don't give up". A céptica Scully, tenta que Mulder desista do caso, mas a partir desse momento passa, talvez de forma inconsciente, a incentivá-lo a desvendar o mistério... E faz o mesmo ela própria, pela sua carreira, e por um caso que tem entre mãos: o de um menino com uma doença rara, e cuja cura não é conhecida, apenas com terapia radical, a qual ela decide experimentar, contra a opinião e vontade dos colegas.
O impacto que umas simples palavras, como "não desistas", podem ter no desenrolar de toda a história...(e de uma vida, já agora).
Bem sei que a crítica ao filme não é das melhores, mas não é dessa que pretendo falar. Não é do fantástico, ou da acção que estou a falar. Nem do suspense. Nem mesmo do paranormal. É do imprevisto, e do impacto que aquilo que os outros nos dizem, das mensagens que nos passam, da fé que profetizam, do sorriso que transparecem, do brilho que emanam quando falam de nós, do orgulho que têm em ter-nos como colegas... Ou então, da falta de confiança que sentimos, quando ninguém aposta em nós, em como nos sentimos falhados quando nos dizem que "não vale a pena", mesmo que subtilmente, quando sentimos que pisamos areias movediças e nem por isso temos uma mão para nos ajudar...
Quanto ao "Panda do Kung Fu"... Bem, sou suspeita, porque admiro os filmes de banda desenhada. Este é o filme do panda Po que trabalha com o pai numa loja de massas, mas que sonha com o Kung Fu. O pai sonhou-o cozinheiro, mas Po sonhou-se lutador... Ironicamente, Po é o escolhido para dirigir o vale, e salvá-lo do malévolo Tai Lung. A ambição dos cinco magníficos, um dos quais seria supostamente "o escolhido", faz com que Po seja mal recebido, e constate que os seus quilos extra, e as suas técnicas de combate não o fazem o melhor rei do Kung Fu. A aliar a estes aspectos conta com a describilidade que o mestre Shifu inicialmente lhe remete. Contudo, quando a tartaruga - rei (desculpem, não sei o nome) se eteriza, dá as indicações a Shifu, de que "basta acreditar"... então, Shifu investe em Po, que se torna num verdadeiro mestre do Kung Fu, e vence Tai Lung, salvando a cidade e a população... Durante todo este processo Po passa por momentos de tristeza, frustração, desânimo, porque não acreditaram nele, e ele próprio deixou de acreditar nas suas capacidades. Contudo, a partir do momento em que ganha confiança em si mesmo, e em que lhe transmitem confiança, porque "o poder está dentro de nós", Po vence, e ultrapassa obstáculos inimagináveis...
São filmes com produções totalmente diferentes, um relata suspense e amor, outro relata uma moral, mas no fundo ambos nos fazem acreditar que nunca podemos, nem devemos, desistir por mais que nos magoem...
E muitas vezes, aquilo que pensamos serem as nossas maiores fraquezas podem tornar-se as nossas maiores virtudes. Basta acreditar e não desistir.
Será necessário, também, que acreditem em nós.
"O passado é história, o futuro é um mistério, e hoje é uma dádiva - por isso é chamado presente..."
Bárbara de Sotto e Freire