domingo, 24 de agosto de 2008

Ponto de situação...

Talvez digam que sou sentimentalista, tenha baixa auto-estima, tenha a mania da perseguição. Talvez digam que sou tudo isso, ou ainda muito mais.
Contudo a verdade é que sempre que vou a um jantar, ao qual se segue uma saída, venho para casa deprimida, com uma solidão imensa, devastada pelos meus pensamentos.
E hoje não foi excepção.
Sou caseirita, e não sou muito de sair à noite. Não que não goste, mas confesso não ter um grupo de amigos estabelecido com os quais vá dar um pezinho de dança, ou beber um café ao sábado à noite. Por isso estas saídas são muito pontuais.
Hoje celebrou-se o primeiro aniversário do call center OH Ferreira Dias, e para o efeito vai um jantar.
Bom ambiente, música sempre a rolar, e depois do jantar o que rolaram foram pernas e braços, na sala... Também eu dancei! Socializei!:) Fiz algo que está fora dos meus parâmetros normais, mas que confesso, me soube muito bem. Dançar... deixar-me levar pelo som da música, e nem que estivesse a dançar mal... deixar-me ir na onda...
Mas, há algo que não bate certo. Esta melancolia, este peso que carrego dentro de mim, este bater brando de coração agoniado.
Sinto-me simultaneamente absorvida pelo meu trabalho, entusiasmada com o mesmo, envolvida com projectos profissionais com os quais me identifico em absoluto, mas... deprimida, só...
Pergunto-me a mim mesma o que se passa, e sinto um marasmo de ideias a refluirem na minha cabeça, questões, memórias, cansaços, arrependimentos, promessas que não cumpri... saudades...
Prometi a mim mesma que nunca mais iria prometer nada...:)

Como já disse anteriormente, trabalho numa empresa sólida, com uma equipa coesa.
Tento ser cada dia melhor, tento dar sempre mais, esforço-me cada dia mais, não só para corresponder aos objectivos que me são propostos, mas para me superar a mim mesma. Quero ser melhor que eu mesma no dia anterior. Quero crescer, aprender com os erros, sacrificar-me para isso, se for necessário... Quero abster-me de comentários interpessoais, para crescer como ser humano. Não quero julgar antes de ouvir. Não quero partir de pressupostos, para que os pressupostos não me partam a mim (esta frase é tua, SM!).Quero sempre mais e mais e mais. Tenho metas, objectivos, números e pessoas que tenho de atingir e não poderei decepcionar. Não me poderei decepcionar a mim mesma... Quero chegar à noite e deitar-me com a consciência tranquila.
Mas este querer sempre mais e melhor, este exigir de mim, por vezes torna-se dificil de gerir. Torna-se dificil para mim e para os outros.
As metas que me proponho, e que me propõem, exigem sacrificio e dedicação. Tempo. Audácia. Maturidade. Nitidez de espirito. Consciência e inteligência. Capacidade de gestão, de tempo de esforços, de meios. Impedem e não admitem falhas.

Serei capaz?!
Estarei à altura deste desafio?!

Tentarei não me deixar levar por este aperto que tanto me incomoda, por esta solidão que me esconde. Mas não prometo.

Porquê? Prometi a mim mesma que nunca mais iria prometer nada...:)

Noite. Descanso. Solidão. Mergulho. Ausência. Vazio.

Bárbara de Sotto e Freire

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