sábado, 3 de outubro de 2009

03 de Outubro de 2008

Lembro-me de ti como se fosse ontem. Tão real como foste no sonho que tive esta noite. Tão etérea como o perfume que te acentuava a personalidade. Tão frágil e tão forte. Lembro-me de ti. Tenho saudades tuas. Hoje queria abraçar-me a ti e chorar e rir. Só porque sim. Só porque me apetece. Só porque passou um ano desde então. Só porque acredito em sonhos.

Há um ano atrás acreditava que vestir uma camisola era dar tudo por ela. Era vender um sonho real. Era ser a voz de uma empresa, e ao mesmo tempo apenas um membro de uma equipa. Era ter de dar tudo por tudo, nem que isso significasse dormir no call center. Para mim trabalhar, não era trabalhar... Era um prazer. Mesmo quando eles davam luta, mesmo quando eles desistiam e eu ficava furiosa. Era levantar-me, pela manhã, com entusiasmo. Passado um ano, vejo este filme, de uma forma diferente. Sabes, é como se me estivesse a analisar a mim mesma, como se fosse, hum, auto-psicóloga, percebes?!

Neste momento acredito nos mesmos valores, continuo a acreditar no "não pressiones, impressiona", mas o mundo, o meu mundo, não é tão coeso, tão sólido, tão estruturado, tão unido, tão feliz, como era nesse "mundo laranja". Ás vezes sinto que luto contra a corrente, e apesar de saber onde estou, não sei bem por onde vou. É como se a vida fosse como um capuccino, ao mesmo tempo doce e amargo, ou então é como aquele perfume angel ou demon: permanentemente os dois lados da moeda.

Sabes, no fundo acredito que um dia, que espero que não demore muito, vou estar em paz, comigo, com o mundo e com Deus, vou conseguir deixar o trabalho no trabalho, saborear a vida de uma forma tranquila, e dormir descansada. Até lá resta-me aprender.
Um dia de cada vez. Cada minuto no seu tempo.
Mas hoje espero que passe lento.

O motivo desta carta? Acredito no sinal oculto dos sonhos. E apesar não os saber interpretar, senti que tinha isto tudo para te contar. Nada de importante, como vês.
Espero, que com esta carta, sintas também que me ensinas-te muita coisa, e uma delas foi a cultivar a amizade, porque "ninguém é feliz sozinho, nem mesmo na eternidade".

Até sempre,

Bárbara de Sotto e Freire

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