quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Na solidão dos dias que passam

Na solidão dos dias que passam
e no vento que sopra
pelos freios das janelas
e gela a alma doentia
que dói amargurada
sinto o perfume de um dia aqui e outrora
de nevoeiro espesso e cortante

Na permene existência do ser
e no brilho de uns olhos ofuscados
pela tristeza dos sonhos traídos
e desilusão de viver
a morte sentida

Esta chuva miúda e mesquinha
refresca-me o espirito
e atraiçoa-me para lá do que possa existir

O cheiro dos dias de nevoeiro
não passam de uma laceração
de quem é sádico
de quem é mórbido
de quem sabe o que custa viver
a vida saboreando a morte
fingindo brilhar num buraco negro

e os dias passam
com o vento
o cheiro do nevoeiro
a chuva miudinha
e a cor que os pinta
é o espantar da paz
como o monstro do SER
que aprisiona a vontade

aquela de ter a coragem
de dar um novo passo
e de esquecer
a tristeza
na solidão dos dias que passam
Bárbara de Sotto e Freire

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