domingo, 8 de março de 2009

A tua (ou minha) pequena dor



«A tua pequena dor
Quase nem sequer te dói
É só um ligeiro ardor
Que não mata mas que mói
É uma dor pequenina
Quase como se não fosse
E como uma tangerina
Tem um sumo agridoce
De onde vem essa dor
Se a causa não se vê
Se não é por desamor
Então é uma dor de quê?
Não exponhas essa dor
É preciosa é só tua
Não a mostres tem pudor
É o lado oculto da lua
Não é vicio nem costume
Deve ser inquietação
Não a nada que a arrume
Dentro do teu coração
Talvez seja a dor de ser
Só o sente que a tem
Ou será a dor de ver
É dor demais
Certo é ser a dor de quem
Não se dá por satisfeito
Não a mates guarda bem
Guardada no fundo do peito


Cabeças no ar


Bárbara de Sotto e Freire

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