quinta-feira, 26 de março de 2009

A veia do poeta

Esta foi a minha música preferida durante muitos anos. O CD continua na estante, não sei como mas não está riscado (!!!), e a letra ainda continua a borboletar na minha cabeça de quando em vez. Lembro-me de estar a estudar anatomia ao som desta música (porque será?!). Lembro-me de ir para a praia, phones nos ouvidos para não ouvir a criançada toda a tarde, e lá estava a música... Ainda agora, quando não quero ouvir a realidade, os corpos frenéticos de um lado para o outro, quando simplesmente me tento desligar do mundo, aí está esta música fantástica, onde me revejo.


"Cansado do movimento
Que percorre a linha recta
Fui ficando mais atento
Ao voo da borboleta
Fui subindo em espiral
Declarando-me estafeta
Entre o corpo do real
E a veia do poeta

Mas ela não se detecta
À vista desarmada
E o sangue que lá corre
Em torrente delicada
É a lágrima perpétua
Sai da ponta da caneta
Vai ao fim da via láctea
E cai no fundo da gaveta
Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
Numa folha secreta
Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
No fundo duma gaveta
Ai de quem nunca injectou
Um pouco da sua mágoa
Na veia do poeta"

A veia do poeta
Rui Veloso



Bárbara de Sotto e Freire

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